CABUL - O mulá Omar, líder dos talibãs, comemorou o sucesso da rebelião afegã e confirmou sua disposição em negociar com os Estados Unidos, em uma mensagem publicada nesta sexta-feira (17) pela festa do Eid al Fitr, que marca o fim do jejum do mês do Ramadã.
O chefe dos talibãs, que não costuma ser muito pródigo em mensagens, comemorou os avanços registrados neste ano por suas tropas em sua ofensiva de verão, já que chegaram a todas as regiões do país colocando na defensiva as forças governamentais afegãs e seus aliados da Otan.
O mulá Omar, em fuga desde a queda de seu regime, no fim de 2001, e que, segundo muitas fontes, encontra-se refugiado no vizinho Paquistão, reivindica a onda de ataques mortíferos realizados por soldados e policiais afegãos contra os da Otan, devido, segundo ele, a uma forte infiltração dos talibãs nestas instâncias.
Estes ataques, que se multiplicam há um ano, atingindo a confiança das forças de segurança afegãs e ocidentais, mataram 39 soldados da Otan neste ano.
Em sua mensagem de sete páginas, o mulá Omar justifica o início das negociações com os Estados Unidos e diz que a atitude "não significa absolutamente uma submissão ou o abandono de nossos objetivos", embora lembre que estão suspensas desde o início do ano.
Os rebeldes desejam, sobretudo, a libertação de cinco de seus dirigentes detidos em Guantánamo.
Sinal de que reflete sobre o futuro do Afeganistão, anuncia que os talibãs vão "se esforçar para entrar em acordo com as outras facções afegãs depois da saída dos invasores".
Embora a Isaf, força internacional da Otan, preveja uma retirada do Afeganistão no fim de 2014, os americanos desejam deixar tropas após esta data.