Líderes mundiais, dignitários e um decrescente número de veteranos da Segunda Guerra Mundial se reuniram nesta sexta-feira para lembrar o 70º aniversário do Dia D, data em que as tropas aliadas invadiram a França ocupada pelos nazistas. A comemoração deste ano é marcada pelos novos desafios enfrentados pela Europa em razão do sangrento conflito na Ucrânia.
As tensões entre o Ocidente e a Rússia criaram uma inesperada distração no momento em que líderes mundiais, dignitários e veteranos se reúnem para celebrar a unidade e homenagear aqueles que chegaram às praias da Normandia numa invasão surpresa que mudou o curso da guerra.
"Sempre que o mundo o fizer cínico, pare e pense a respeito desses homens", disse o presidente Barack Obama em discurso no cemitério americano na praia de Omaha.
Milhares de pessoas retornaram nesta sexta-feira para o local da importante batalha para "lembrar o por quê os Estados Unidos e seus aliados deram tanto pela sobrevivência da liberdade naquele momento de máximo perigo", disse Obama.
As comemorações do Dia D neste ano podem ser as últimas para vários veteranos de guerra que sobreviveram à invasão para contar suas histórias. A cada ano, um número menor deles consegue reunir forças para voltar à Normandia.
"Eu quero que cada um de vocês saiba que seu legado está em boas mãos", disse Obama aos veteranos que foram para os eventos desta sexta-feira. "Porque em um momento em que era tão tentador buscar o interesse próprio e deixar de lado o esforço comum, esta geração de norte-americanos, nossos homens e mulheres na guerra, optaram por também fazer sua parte."
O presidente russo Vladimir Putin e Obama devem ficar frente a frente pela primeira vez desde que a crise da Ucrânia começou. Não há previsão de uma reunião formal entre os dois líderes, mas eles participarão de um almoço oferecido pelo presidente francês François Hollande.
O presidente eleito da Ucrânia, Petro Poroshenko, também vai participar do almoço, o que será uma oportunidade para um encontro com Putin um dia antes de o magnata tomar posse em Kiev.
Hollande deu início às comemoração na Normandia com um tributo aos civis que perderam suas vidas na invasão da França ocupada pelos nazistas. "Nesta data, 6 de junho, eu quero homenagear o país e a todos, civis e soldados", disse Hollande. "Ao nos curvarmos à memória dos moradores da Normandia mortos no verão de 1944, a República Francesa destaca a memória desses homens e mulheres que, quando chegou a hora, entraram para a história para permitir que a história continuasse."
Ele disse que a França estava unida aos Estados Unidos "contra outros perigos que, acreditávamos, teriam desaparecido para sempre: fundamentalismo, racismo, extremismo e terrorismo. É por isso que a cerimônia de hoje tem uma dimensão especial", afirmou. Fonte: Dow Jones Newswires.
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