Lixão clandestino é interditado em Contagem

Hoje em Dia*
11/09/2014 às 19:08.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:10

Fiscais da Prefeitura de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, interditaram nesta quinta-feira (11), um lixão clandestino na Vila São Paulo. O local, que funcionava próximo a avenida Tereza Cristina, estava sob a responsabilidade da empresa Reciclagem Agregados Eireli. Além de ser fechada, a empresa também foi multada, por estar com alvará vencido e outras irregularidades levantadas pela fiscalização de posturas.    A fiscalização de Meio Ambiente da prefeitura havia visitado o local,  no dia 10 de abril, e embargado a empresa, que não tem licenciamento ambiental para funcionar. No entanto, o proprietário conseguiu uma autorização na justiça para continuar realizando as atividades. A liminar foi concedida pela 2ª Vara da Fazenda Municipal, por meio do juiz Marcos Alberto Ferreira, no dia 6 de junho deste ano. A ação contou com uma força-tarefa envolvendo a Secretaria de Meio Ambiente, Transcon, Guarda Municipal, Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Polícia Militar.   Desde que começou a funcionar na Vila São Paulo, as atividades do lixão clandestino vêm causando transtornos para os moradores da região. Vários reclamam da sujeira e da poeira proveniente dos entulhos recebidos. É o caso do aposentado José Maria de Araújo que enfrenta um enfisema pulmonar.  Morador vizinho à empresa, afixou uma faixa na porta de sua residência pedindo socorro, pois faz uso de oxigênio 24h. "A poeira tem sido um veneno para minha saúde, piorei muito depois dessa espécie de lixão ao lado da minha casa. Caiu demais minha qualidade de vida, minha falta de ar aumentou. É um absurdo a Justiça permitir isso em área residencial. Estou pedindo socorro", disse.   O comerciante, que se identificou apenas pelo nome de Lucas, reclama da poeira, do barulho e do trânsito causado pelo intenso tráfego de caminhões. "O trânsito aqui fica insuportável, porque é uma quantidade absurda de caminhões caçamba, o tempo todo, e como não tem espaço suficiente, eles param em local proibido, vira um transtorno. Sem falar que tenho que jogar água na minha loja todos os dias porque senão pode danificar os equipamentos que vendo", afirmou.   Segundo a diretora da Escola Municipal Virgílio de Melo Franco, Cláudia Lopes Pereira, vizinha da empresa, os caminhões costumam deixar as caçambas cheias de entulho no entorno da escola, atrapalhando muito. "Além de tumultuar o entorno, a poeira é demais, o consumo de material de limpeza da escola aumentou consideravelmente, além das reclamações compartilhadas pelos próprios funcionários e pais dos alunos", contou.   O morador Alexandre Francisco de Olvieira explica que os caminhões destroem as tampas dos bueiros e entra muito entulho dentro das bocas de lobo, o que causa inundação durante qualquer chuva mais intensa. "Quando chove, aqui vira um barro só. É sempre um contraste poeira insuportável no tempo seco e barro no tempo chuvoso. Não aguentamos mais", disse.   A cabeleireira e moradora da Vila São Paulo há 15 anos, Maria Geralda dos Santos, teve pneumonia e uma de suas três filhas foram internadas com crise de bronquite aguda devido à poeira. "É um pó preto que a gente não sabe do que vem que ficamos respirando, acabando com nossa saúde. Isso é um caso de saúde pública. Não queremos isso ao lado das nossas casas", disse.   Os advogados da empresa interditada, Ronan Eustáquio Rocha e Fernando Portilho Carneiro, estiveram no local acompanhando a ação e disseram que irão recorrer. O caso está sendo acompanhado pela Procuradoria Municipal.   (*Prefeitura de Contagem) 

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