'CRIME PREMEDITADO'

Lula classifica situação dos povos Yanomamis de 'genocídio' e responsabiliza Bolsonaro

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
22/01/2023 às 14:51.
Atualizado em 22/01/2023 às 15:04
 (Ricardo Stuckert/Reprodução/Redes Sociais)

(Ricardo Stuckert/Reprodução/Redes Sociais)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste domingo (22), por meio de suas redes sociais, que a situação dos povos Yanomamis, em Roraima, vai além de uma crise humanitária e trata-se de “um genocídio” e “um crime premeditado” do governo anterior.

“Os poucos dados disponíveis apontam que nos últimos quatro anos pelo menos 570 crianças menores de 5 anos perderam a vida no território Yanomami, vítimas de doenças que poderiam ser evitadas e tratadas, como desnutrição, malária e diarreia”, afirmou. 

Neste domingo, o Ministério da Saúde também abriu um formulário para inscrição de profissionais de saúde voluntários que desejem atuar no local. 

Após a visita de Lula, lideranças do PT na Câmara protocolaram na Procuradoria-Geral da República (PGR), neste domingo (22), uma representação criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e contra a ex-ministra Damares Alves (Republicanos) pedindo que eles respondam por supostos crimes contra os povos indígenas Yanomami. 

O documento encaminhado à PGR pede também a responsabilização dos ex-presidentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) durante o período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022, no governo Bolsonaro.

Ainda de acordo com o presidente, em publicação nas redes sociais, a principal causa do genocídio é a invasão de 20 mil garimpeiros ilegais, cuja presença teria sido incentivada pelo ex-presidente. 

“Os garimpeiros envenenam os rios com mercúrio, causando destruição e morte. Por isso, quero repetir o que disse durante a campanha eleitoral: não haverá garimpo ilegal em terra indígena”, declarou. 

Lula também afirmou na publicação que viu pessoas saírem de suas aldeias em busca de atendimento em Boa Vista e depois não conseguirem voltar. 

“Conversei com uma senhora que está há seis meses à espera do transporte de volta, desesperada porque seus filhos ficaram na comunidade. Vamos aumentar o número de voos e melhorar as pistas de pouso nas comunidades, para que aviões de grande porte consigam pousar, transportando um número maior de pessoas”, disse.

O presidente também declarou que “quer mudar a lógica atual em que as pessoas precisam sair de suas comunidades para buscar tratamento em Boa Vista” e que “pretende levar equipes médicas permanentes para cada comunidade Yanomami.”

“Não haverá mais genocídios. Temos uma dívida histórica com os povos indígenas, que preservam o meio ambiente e ajudam a conter os efeitos das mudanças climáticas. Essa dívida será paga, em nome da sobrevivência do planeta Terra”, afirmou. 

Também nas redes sociais, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, pediu a responsabilização da gestão anterior.

"Precisamos responsabilizar o governo anterior por ter permitido que essa situação se agravasse com o povo Yanomami ao ponto da gente chegar aqui e encontrar adultos com peso de criança, e crianças em uma situação de pele e osso”, escreveu. 

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