Em Brasília

Lula sobe o tom das críticas a Bolsonaro e diz que 'quem governa o Brasil é Paulo Guedes'

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
13/12/2022 às 18:28.
Atualizado em 13/12/2022 às 18:36
 (Reprodução TSE)

(Reprodução TSE)

Faltando pouco mais de 15 dias para assumir o comando do país, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou de lado o discurso conciliador e elevou o tom das críticas a Jair Bolsonaro (PL). Segundo o petista, o atual presidente não governou e deixou o país nas mãos de seu ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Quem governou foi Paulo Guedes, pois ele (Bolsonaro) não fazia questão de governar. E mostrou quem ele é agora. Eu já disputei e perdi várias vezes. Eu sempre liguei para os vencedores. Esse cidadão até agora não admitiu a derrota e continua incentivando as pessoas a rejeitarem o resultado das eleições", afirmou Lula.

A fala do presidente eleito se deu em Brasília (DF), nesta terça-feira (13), durante cerimônia de encerramento dos trabalhos da equipe de transição.

Durenta o discurso, Lula chamou Bolsonaro de "anômalo", "incapaz de manifestar solidariedade", e o criticou por abrir as portas do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, a um grupo de manifestantes que seguem exigindo golpe militar.

"A gente não sabe o estrago que eles fizeram lá. Mas esse cidadão (Bolsonaro) tem que lembrar que aquilo não é patrimônio dele ou da mulher dele. Aquilo é patrimônio público e ele é apenas um ocupante daquele espaço. Esse cidadão continua negando o resultado das eleições e incentiva essas pessoas a negarem", reclamou Lula.

Punições
Os atos de vandalismos praticados por bolsonaristas em Brasília na noite dessa segunda-feira (12) também foram criticados pelo futuro ministro da justiça, Flávio Dino (PSB), que garantiu maior rigor contra esse tipo de ação após 1º de janeiro, quando o novo governo começa.

Segundo Lula, Bolsonaro teria adotado práticas comuns a grupos fascistas espalhados pelo mundo. "Ele segue o rito que todos os fascistas seguem no mundo. É importante a gente saber que eles fazem parte de uma organização de extrema direita que não existe apenas no Brasil. Esse grupo veio para negar. Veio em nome da defesa dos costumes e da família, mas o que mais fazem é negar os valores da família", afirmou.

Prioridades
O presidente eleito disse ainda que seu governo será diferente das outras duas vezes em que assumiu a presidência do país. Lula destacou que em 2002 tinha o combate à fome como principal foco, mas que agora não pode ser assim.

"Agora eu tenho outros compromissos e quero assumir um compromisso com a educação básica e o ensino fundamental deste país. Vamos fazer todo esforço possível para que este país tenha escola em tempo integral. Pois além de termos uma melhor educação teremos menos violência com crianças protegidas", disse.

Lula também destacou a valorização do SUS e a necessidade de reforma tributária como pontos que devem ganhar atenção especial em seu novo mandato.

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