MAC recebe quatro pinturas de Alfredo Volpi

Antonio Gonçalves Filho
09/10/2013 às 10:12.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:11

Quatro telas do pintor Alfredo Volpi (1896-1988) foram depositadas em comodato na nova sede do Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP) no Ibirapuera por iniciativa do Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna, que faz a catalogação de sua obra e de outros quatro artistas falecidos (Aldo Bonadei, Ernesto de Fiori, Flávio de Carvalho e Yolanda Mohalyi).

Apreendidas pela Justiça no ano passado, as obras estavam na casa do pintor, no bairro do Cambuci, zona sul de São Paulo, hoje ocupada por sua neta, Mônica Volpi. Segundo Pedro Mastrobuono, advogado do Instituto Alfredo Volpi, as telas fazem parte da coleção privada do pintor, 47 obras que integram seu espólio, das quais 38 estão desaparecidas. Nove delas foram recuperadas e quatro são mantidas em mãos de colecionadores, considerados depositários fiéis.

"Esses quadros estavam guardados na casa de Volpi, sem condições de segurança ou proteção contra incêndio ou furto", diz o advogado, justificando sua solicitação à Justiça de que as obras fossem transferidas para o museu, onde deverão permanecer em comodato por cinco anos. A decisão, segundo Mastrobuono, foi aprovada por consenso entre seus herdeiros e a juíza Vivian Wipfli, responsável pelo espólio de Volpi, que produziu mais de 3 mil obras.

O Instituto Volpi catalogou 2.239 obras suas, mas se tem notícia da existência de outras 800 ou até mil, avalia Mastrobuono, isso sem contar trabalhos em papel e azulejos do artista. "As telas que estavam guardadas em sua casa pertencem a uma seleção feita pelo próprio pintor, ou seja, estão entre as melhores por ele produzidas".

A proposta inicial de comodato deixaria essas quatro telas apenas por um ano no MAC, mas, a pedido do museu, esse prazo foi dilatado para cinco anos, suficiente para que as pinturas possam ser vistas em futuras exposições. Uma delas está em curso no MAC com curadoria do pintor Paulo Pasta, reunindo 18 das 21 telas de Volpi pertencentes ao acervo do museu, a maioria doada pelo crítico, colecionador e psicanalista de origem turca Theon Spanudis (1915-1986).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://www.estadao.com.br

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