O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite de segunda-feira a captura de um suposto mercenário estrangeiro que faria parte de um plano para desestabilizar o país. "Acabamos de capturar um mercenário vindo do Oriente Médio" no Estado central de Aragua, 120 quilômetros a oeste de Caracas, declarou Maduro.
O governador de Aragua, Tareck El Aissami, identificou o detido pelo Twitter como Jayssam Mokded Mokded e disse ter "provas contundentes" de que ele praticou atos terroristas.
Segundo informações do jornal venezuelano El Nacional, sete dos 15 mortos durante as manifestações, iniciadas em 12 de fevereiro no país, sofreram ferimentos na cabeça, o que indica o propósito claro de matar os manifestantes. Cinco da vítimas fatais foram alvejadas na cabeça com tiros, uma foi alvo de tiros e chumbinho e a outra sofreu um golpe na cabeça.
O líder opositor e ex-candidato presidencial Henrique Caprilles acusou Maduro de ordenar a repressão contra os manifestantes que participaram de protestos nos últimos dias. Ele também anunciou que não participará da reunião de governadores e prefeitos no palácio presidencial de Miraflores, convocada por Maduro para quarta-feira.
"Não há condições para ir até lá", disse Caprilles ao Conselho Federal, afirmando que não está disposto a endossar um "governo moribundo e repressivo".
"A única coisa que Maduro quer é um aperto de mãos e um fotografia para dizer ao mundo todo que está tudo bem, quando internacionalmente está sendo qualificado como genocida. Como, com uma violação de direitos humanos como a que está vivendo o país, vamos nos apresentar ao palácio de Miraflores para discutir um tema administrativo?"
Para Caprilles, Miraflores "não é um cenário para convocar a paz no país" porque é dali que "se ordena a repressão" contra os manifestantes.
"Exigimos o fim da repressão e da tortura e que sejam abertas investigações transparentes", disse ele após informar que havia recebido um comunicado do norte-americano Carter Center expressando preocupação com a situação do país.
Na noite de segunda-feira, Maduro declarou que "nada pode ser imposto na base da violência". Ele disse que "temos de chegar a um acordo, renunciar à violência...firmar um pacto de respeito à Constituição, à democracia".
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