O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou hoje a existência de um plano de líderes de oposição para causar violência durante a breve campanha para as eleições presidenciais de 14 de abril. Ele pediu a seus correligionários que não entrem em eventuais provocações. A oposição, por sua vez, nega as acusações.
"Tenho as provas de que eles estão planejando (...) realizar uma campanha de ódio e violência", declarou o candidato e herdeiro político do falecido líder venezuelano Hugo Chávez. A acusação foi feita durante uma reunião de seu comando de campanha em Barinas, Estado natal de Chávez.
"O primeiro ato de violência está programado para ocorrer na terça-feira aqui em Barinas", detalhou Maduro. "Por isso o burguesinho (em referência ao candidato da oposição conservadora Henrique Capriles) decidiu vir aqui nesse dia, para provocar o povo", disse ele antes de pedir a seus correligionários que não caiam em provocações.
Carlos Ocariz, diretor nacional da campanha de Capriles e prefeito de Sucre, desmentiu as acusações e disse não ver problema no fato de seu candidato começar a campanha pela região natal de Chávez. "Nós acreditamos que, na Venezuela, variados atos políticos podem perfeitamente acontecer no mesmo dia", afirmou. "No ano passado houve coincidência de datas e lugares com a campanha de Chávez e nada aconteceu."
Os venezuelanos irão às urnas em 14 de abril para eleger o sucessor de Chávez, que no último dia 5 sucumbiu a uma luta de quase dois anos contra um câncer. Chávez foi reeleito para um mandato de seis anos em outubro do ano passado, mas a doença o impediu de tomar posse e a Constituição do país ordena a realização de uma nova eleição.
A campanha eleitoral começará formalmente apenas em 2 de abril, mas tanto Maduro quanto Capriles têm trocado acusações que elevaram a temperatura política no país. A campanha termina no dia 11, três dias antes da eleição. As informações são da Associated Press.
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