Feira Hippie teve movimento intenso e maior parte dos compradores usava máscara (Foto: Bernardo Estillac/ Hoje em Dia)
No primeiro domingo (6) após a desobrigação do uso de máscaras em locais abertos de BH, a população respeitou o trecho do decreto que mantém a exigência do equipamento em locais com possível aglomeração, como a Feira Hippie, no Centro da capital.
Com movimento intenso, a tradicional feira que ocupa as duas mãos da avenida Afonso Pena estava repleta de pessoas com o rosto coberto por máscaras, como determina a medida sanitária do município.
"São raras as pessoas que não estão usando. A maioria continua usando máscara. Acho que a obrigação tem que ser mantida na feira porque a pandemia não acabou, não é?", avalia a artesã e feirante Cátia Castelano, de 64 anos.
Cátia Castelano, 46, trabalha há mais de 30 anos na feira (Foto: Bernardo Estillac/ Hoje em Dia)
Entre as pessoas sem máscara, houve quem se confundiu na leitura do decreto publicado na última sexta-feira (4) e achou que o espaço estava incluído nos locais em que o uso do equipamento tornou-se facultativo.
Não foi o caso da arquiteta e urbanista Daniela Costa, que foi a feira com a família bem informada sobre a exceção do decreto.
“A gente viu que aqui tinha que usar a máscara e veio com ela. Mas a desobrigação dá uma sensação de conforto, porque muitas pessoas estão se vacinando, eu mesma vacinei antes de ontem com a terceira dose”, disse.
O analista de sistemas Leopoldo Simeone, de 25 anos, acompanhava Daniela e afirmou que já está saindo sem máscara em outros locais ao ar livre. É o mesmo caso da professora Angélica Costa, de 60.
“Quando é em locais abertos que não tem aglomeração eu fico sem, mas quando tem muita gente eu coloco minha máscara. O decreto foi um alívio por ver que as pessoas estão conscientes e estão se vacinando”, analisa.
Leopoldo Simeone, Daniela Costa e Angélica Costa (Foto: Bernardo Estillac/ Hoje em Dia)
Exigências particulares
A feirante Jucileia Rodrigues, de 41 anos, conta que fica mais tranquila com a manutenção da exigência de máscaras na feira. Ela afirma que, para comprar na barraca de sapatos que mantém, é preciso adotar precauções sanitárias.
“Eu exijo que usem máscara, porque lido com o público o tempo todo e é importante para proteger nossa família. Eu tenho criança, minha mãe é idosa e eu ainda acho que a gente corre muito risco, mesmo estando vacinados”, disse.
O vizinho de barraca de Jucileia, Alvimar de Jesus Leite, de 65 anos, também é rígido na proteção contra o coronavírus. Ele afirma que seguirá usando máscaras ao ar livre mesmo com a liberação na capital.
“Não é o prefeito que diz que acabou, são as mortes que a gente vê que ainda está rolando. Quando não acontecer mais mortes, aí sim a gente vai estar mais confiante. O único lugar que eu não uso máscara é dentro de casa. Na rua eu uso, não custa nada”, disse o feirante.
Os feirantes Alvimar e Jucileia não abaixaram a guarda para o coronavírus. (Foto: Bernardo Estillac/ Hoje em Dia)
Turistas
Em outras grandes cidades do Brasil, o uso de máscaras segue obrigatório em todos os ambientes. É o caso de São Paulo, de onde um grupo de amigas veio e aproveitou a estadia em BH para passear na Feira Hippie. A personal trainer Bárbara Orsi, de 34 anos, disse que já chegou à capital mineira sabendo do decreto de flexibilização dos protocolos sanitários.
“Foi bem noticiado em São Paulo que o uso de máscaras estava sendo liberado aqui em BH, então chegamos já sabendo da situação”.
Para as amigas paulistanas, ainda é necessária cautela para tornar o uso de máscara facultativo, mesmo em locais abertos.
“Ainda é um pouco cedo para retirar a máscara. Querendo ou não, a gente sabe que muita gente não se vacinou então ainda não dá para ficar sem máscara tranquilamente”, disse a química Janaína Lima, de 25 anos. “Ainda não é o momento. Prefiro me resguardar e ao outro”, completou a agente esportiva Mariana Orsi, de 30.
Bárbara, Larissa, Janaína e Mariana vieram de São Paulo já sabendo da situação da pandemia em BH (Foto: Bernardo Estillac/ Hoje em Dia)
Fiscalização
Guardas Municipais e fiscais da prefeitura presentes na feira foram ouvidos pela reportagem e não citaram nenhuma orientação específica para advertir ou multar quem estivesse sem máscara.
O Hoje em Dia perguntou à Prefeitura de Belo Horizonte sobre a existência de ações de fiscalização específicas para verificar o uso de máscaras na Feira Hippie, mas não teve resposta.