(Maurício Vieira)
Escada rolante e elevadores parados, bebedouros estragados, goteiras, pichação, falta de banheiros e até fezes de pombo. Enquanto os usuários pagam cada vez mais caro pelo bilhete do metrô, o reajuste escalonado, desde maio de 2019, vai na contramão das melhorias no modal. Há ainda quem reclame que os problemas no sistema pioraram. O quinto aumento da passagem será nesse domingo.Maurício Vieira
Na Estação Vilarinho, escada rolante sem funcionar é tormento para passageiros, principalmente idosos e pessoas com mobilidade reduzida
Até abril do ano passado custando R$ 1,80, o preço agora vai subir para R$ 4. Com o novo valor, a tarifa mais do que dobrou nos últimos oito meses. Atualmente, ela é de R$ 3,70.
Nessa sexta-feira (3), a reportagem do Hoje em Dia circulou pelas estações e flagrou diversas falhas. Baldes espalhados para conter goteiras, piso molhado e escorregadio, vandalismo dentro e fora dos terminais e falta de acessibilidade foram algumas.
Quem passa pela Estação Vilarinho, em Venda Nova, garante que duas escadas rolantes que dão acesso à plataforma pararam de funcionar há cerca de três meses. Tapumes foram colocados sinalizando que a manutenção será demorada.
Porém, apesar dos relatos, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) afirmou, em nota, que os equipamentos estão inoperantes desde a madrugada de quinta-feira, devido à lama decorrente das enchentes na região. As goteiras também seriam em função das tempestades, que, conforme o órgão, provocaram danos em várias estações.
Inoperantes
Já na Central, o problema é o elevador. Leonídio Augusto da Silva, de 82 anos, que usa bengala, chegou a esperar o dispositivo por cerca de três minutos. Ao constatar que estava inativo, foi obrigado a subir vários degraus até o local de embarque. “Aqui não tem escada rolante que sobe. Só desce. Deviam pensar mais em quem tem a mobilidade reduzida”, lamentou o idoso, que utiliza o metrô diariamente.
Dificuldade também para a aposentada Marina Alves dos Santos, de 63, na Estação Vila Oeste. Sem a ajuda de outros usuários, a mulher, recém-operada do joelho, não teria conseguido descer as escadas comuns. “É uma pena que nem todas as plataformas tenham uma (rolante)”.
Maurício Vieira Bebedouros estragados também entram na lista de reclamações das pessoas que utilizam o metrô
Incompatíveis
“Até o momento não percebi nenhum benefício. Os reajustes não foram revertidos para os passageiros, e não estão compatíveis com a realidade”, disse a assistente administrativa Jacqueline Lemos, de 45 anos.
Ainda segundo a CBTU, o aumento foi necessário porque, há 13 anos, a tarifa estava sem revisão devido à política tarifária de governos anteriores.
Posicionamento
Em nota, a companhia disse que, nessa sexta-feira, elevadores e escadas rolantes da Estação Central operavam normalmente. Já os componentes eletrônicos do equipamento que liga o terminal Lagoinha à avenida do Contorno queimaram, por conta de intempéries. O conserto foi contratado.
Segundo a CBTU, os bebedouros da Cidade Industrial foram retirados, em dezembro, para manutenção. A previsão é de que sejam repostos até a próxima semana.
Sanitários públicos
Sobre banheiros nas plataformas, o órgão ressaltou que os das estações Eldorado e Lagoinha são administrados, respectivamente, por permissionário e pela companhia, com entrada a R$ 0,50. Na São Gabriel, são de responsabilidade do DEER e da BHTrans.
Na Vilarinho é possível usar as estruturas do shopping. Nas plataformas Cidade Industrial, Gameleira, Carlos Prates, Santa Efigênia, Santa Tereza, Horto, Santa Inês, Minas Shopping, Primeiro de Maio, Waldomiro Lobo e José Cândido da Silveira é necessário solicitar ao supervisor a chave para acesso ao sanitário.
Onde não há banheiro público (Calafate, Vila Oeste, Central e Floramar), em caso de emergência, é possível pedir permissão de uso dos destinados aos funcionários.
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