Mais de 30 refugiados morrem afogados tentando chegar à Grécia

Estadão Conteúdo
08/02/2016 às 12:38.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:20

Trinta e três migrantes que tentavam chegar à Grécia morreram afogados nesta segunda-feira (8) após os barcos nos quais viajavam terem naufragado. Há pouco, a agência estatal de notícias turca Anadolu informou que uma embarcação com 22 refugiados naufragou em águas turcas, na baía de Edremit, próxima da ilha grega de Lesbos.

Mais cedo, a agência privada de notícias Dogah havia divulgado que corpos de outros 11 refugiados foram encontrados perco de Dikili, cidade costeira da Turquia no mar Egeu. Outros três migrantes foram resgatados, de acordo com a agência. Não há informações sobre a nacionalidade dos refugiados.

De acordo com a Organização Internacional para a Migração, 374 migrantes já morreram apenas em 2016 tentando chegar à Grécia.

Hoje pela manhã, o ministro de Defesa da Grécia, Panos Kammenos, disse que o país vai concluir novos centros de triagem de migrantes e campos de transição no prazo de uma semana, apesar de atrasos nas obras e protestos contra alguns dos projetos. "Nosso país firmou importantes compromissos para meados de fevereiro e, com a ajuda das forças armadas, eles serão honrados", afirmou Kammenos.

Também nesta manhã, o governo da Macedônia informou que está reforçando uma barreira em sua fronteira com a Grécia, com o objetivo de limitar o número de migrantes que entram no país. De acordo com as forças armadas da Macedônia, estão sendo colocadas cercas em diversos trechos da fronteira. O país deu início à instalação das cercas em novembro, quando passou a ampliar os critérios para autorização da entrada de migrantes e refugiados provenientes da Grécia.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, está participando hoje de reunião com o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, para discutir maneiras de se reduzir o número de imigrantes e refugiados na Europa. Fonte: Associated Press.

Aumentam protestos contra plano da Grécia

Os protestos contra os planos do governo grego para a construção de campos de refugiados se agravaram nesta segunda-feira, levantando dúvidas sobre se a Grécia pode assegurar à União Europeia rapidamente de que está fazendo o suficiente para controlar o grande fluxo de pessoas que chegam à Europa por meio do Mar Egeu.
Moradores da ilha de Kos bloquearam nesta segunda-feira um acampamento do exército grego, onde o governo quer construir um centro de registro e triagem de imigrantes, impedindo o trabalho de construção.

Os moradores de Kos, que protestavam no local desde sexta-feira, têm o apoio do prefeito da ilha, que escreveu ao primeiro-ministro grego Alexis Tsipras no domingo, exigindo que o governo abandone seus planos. Segundo ele, a construção iria prejudicar a vital indústria do turismo de Kos.

O prefeito de Kos, Giorgos Kyritsis, advertiu que os protestos podem levar ao derramamento de sangue e pediu a Atenas que remova a polícia de choque da ilha.

Em Atenas, os manifestantes, incluindo membros do partido neonazista Golden Dawn, se manifestaram contra um campo de trânsito para os imigrantes perto do porto de Pireu. Ao mesmo tempo, ativistas de direitos humanos realizaram uma manifestação para mostrar seu apoio aos refugiados.

O governo de Tsipras está se esforçando para construir uma série de centros de registro de imigrantes até meados de fevereiro, para mostrar à União Europeia que a Grécia está protegendo as fronteiras da Europa contra a imigração descontrolada. A Grécia prometeu construir centros desse tipo nas ilhas de Lesbos, Kos, Samos, Quios e Leros, os quais estão recebendo um grande número de refugiados.

Até agora, o centro em Lesbos está instalado e em funcionamento. As demais ilhas aceitaram a construção de centros, mas Kos, que recebe mais turistas do que as demais, se opôs ao plano desde o início, argumentando que um grande centro de registro de refugiados prejudicaria a economia da ilha.

Mais atrasos na criação desses centros podem elevar a possibilidade de a União Europeia suspender a Grécia do acordo de Schengen nos próximos meses. Autoridades da UE querem que a Grécia faça uma triagem daqueles que chegam, separando os refugiados genuínos de imigrantes que não se qualificam para asilo na Europa.

A Grécia também prometeu construir dois centros de trânsito para imigrantes no continente do país, um perto de Atenas e outro ao norte da Grécia, cada um com capacidade para abrigar até 4 mil pessoas.

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