Mais de R$ 730 mil investidos em obras de revitalização no Jaíba

Jornal O Norte
15/01/2008 às 10:53.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:22

Valéria Esteves


Repórter

Aos poucos o Projeto de irrigação do Jaíba está se moldando e novos empreendimentos estão sendo orquestrados. Com a Etapa I praticamente concluída, e mais, com a produção organizada pelos pequenos produtores, os resultados nas lavouras estão acontecendo de fato. E como não poderia deixar de ser ainda é preciso revitalizar a estrutura física para melhorar a vida dos produtores. Com esse intuito a Codevasf- Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba vai aplicar cerca de R$ 730.728,18 em contrato, que prevê o término das obras em até seis meses.

Anderson Chaves, superintendente da Codevasf, em Minas Gerais, informou que as obras que serão realizadas são necessárias, tendo em vista o desgaste, após vários anos de uso dessas obras, e principalmente, permitirá que se coloque em operação nos próximos anos, as etapas III e IV do Jaíba. Serão adicionados mais de 21 mil hectares de áreas empresariais irrigadas, sendo 12 mil na etapa III e 9.700 na etapa IV.

As obras de revitalização consistem de dragagem e recuperação dos canais de irrigação CP-1 e CP-2, utilizando concretagem submersa sem interrupção do fornecimento de água.

A Companhia ainda comunicou que a revitalização é parte do Programa de implantação das Etapas III e IV do Jaíba e contam com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento.

No último mês de novembro foi concedida por órgão ambiental de Minas Gerais, a licença conjunta prévia, que permitirá à Codevasf desenvolver os processos para implantação da etapa III do Jaíba, e isso, segundo técnicos da Companhia, só poderá ocorrer com a conclusão das obras de revitalização que serão realizadas nos próximos meses.

Mudanças

Nos últimos anos os fruticultores e produtores de culturas em geral perceberam que a organização era o passo que faltava em suas decisões. Depois que ações que previam a integração entre indústria e multinacionais e pequenos agricultores foram realizadas, a vida de muita gente mudou. Apesar das dívidas rurais e especialmente, como afirmam os agricultores familiares, das contas altas de água e energia elétrica, hoje já se pode ver o agricultor alcançando boa renda com o trabalho em parceria com produtores de sementes. Há produtor, como seu Levino Martins, que tirou na última safra cerca de R$ 30 mil com a produção de sementes de hortaliças. Esse por sinal tem sido a grande pedida de investimentos no maior perímetro irrigado da América Latina.

Por enquanto os produtores do Jaíba não sabem se vão plantar mamona para abastecer a usina de biodiesel, em Montes Claros. Aguardam sinalização dos governos quanto aos incentivos para quem deseja plantar oleaginosas.

Outro problema para alguns produtores são dívidas contraídas com empresas fornecedoras de insumos, apesar de que nos últimos anos, os insumos têm sido parte do pacote do contrato de compra e venda do produto, nesse caso da lavoura. 

Planejamento agropecuário

Para o governo, o ano agrícola vai de julho a junho. A partir de meados de setembro, os produtores começam a cultivar uma nova safra. Para tentar ajudar a arrumar a casa, o governo federal diz que fará ajustes ainda no início do ano, no pacote ao setor rural. Mas o temor dos especialistas é quanto às novas taxas e impostos criados após o fim da CPMF- contribuição provisória sobre movimentação financeira. O setor rural também será afetado e o dado é preocupante, dizem, isso porque muitas regiões agricultáveis do Brasil sofreram e muito com o longo período da seca.

No Norte de Minas, por exemplo, há quem queira pedir aos governos estadual e federal a isenção ICMS-Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços para vendas ou transferências de gado magro do Norte de Minas para outros estados.

A justificativa se baseia, portanto, no choque e perdas que causaram a morte de centenas de reses, reduzindo o número de 2.500 milhões de cabeças de gado para 2 milhões, conforme levantamento da Emater e da defesa civil de Minas Gerais.

Para os ruralistas essa seria uma medida que culminaria no salvar das cabeças de gado que ainda estão no pasto, haja vista que não existem muitos compradores no Estado.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por