MAIS EXIGÊNCIAS PARA O MERCADO DE CARNE

Jornal O Norte
23/07/2008 às 23:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:39

Valéria Esteves


Colaboração para O NORTE

Mais restrições no mercado da carne. A partir desta semana o Brasil sofrerá restrições temporárias quanto às importações. O Serviço Federal Veterinário e Fitossanitário da Rússia comunicou ao Mapa- ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que está aplicando - restrições temporárias- à importação de carne bovina de um frigorífico do estado de Rondônia. O comunicado russo informa que, antes de serem liberados para comercialização, os produtos de origem desse frigorífico serão submetidos a análises laboratoriais.

Conforme informações do Mapa , o serviço veterinário russo detectou excesso de microrganismos aeróbios mesófilos e anaeróbios facultativos na carne oriunda de um estabelecimento de Rondônia. Os microrganismos fazem parte da flora bacteriana normal das carnes e não oferecem risco à saúde dos consumidores. Quantidades elevadas desses microrganismos indicam que os produtos, em algum momento, passaram por oscilações de temperaturas que podem ter ocorrido no momento do embarque da mercadoria no estabelecimento, no transporte, embarque e desembarque nos portos de origem e destino.

A análise de amostras realizada pelo serviço veterinário russo é um dos procedimentos de inspeção aplicados rotineiramente para avaliar as condições higiênico-sanitárias das importações. Essa prática é utilizada para identificar os estabelecimentos exportadores e os respectivos produtos que terão prioridade nas reinspeções.

No Norte de Minas, as fazendas que exportam para a União Européia estão equipadas e utilizam o método de criação de rastreamento para atender a demanda de mercado. Os pecuaristas da região têm negociado seus animais com o frigorífico Independência, Bertim e outros do Triângulo Mineiro, sendo que a arroba atingiu seu melhor preço nos últimos tempos, R$ 82 R$ 90.

Vale lembrar que Minas foi o primeiro estado a voltar a exportar carne para UE depois do embargo a carne brasileira por conta dos focos de febre aftosa nas regiões produtores de maior destaque Mato Grosso do Sul e Paraná.

As cinco fazendas que venderam os animais para o frigorífico Independência fazem parte de uma lista de 97 propriedades brasileiras selecionadas pela União Européia, após auditoria realizada, no início do mês, nas fazendas dos estados autorizados a exportar para o bloco. Duas estão no município de Jaíba, duas em Francisco Sá e uma em Joaquim Felício. Minas Gerais detém 82% das fazendas que estão na lista aprovada pelos europeus. Todas estão cadastradas no Sisbov -Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos.

A unidade do frigorífico Independência, em Janaúba, funciona há dois anos. A instalação no município foi beneficiada pelo programa Minas Carne, criado pelo governo de Minas para incentivar a reabertura, no estado, de frigoríficos exportadores de carne bovina. As operações na unidade de Janaúba tiveram início com um volume de abate de 550 cabeças/dias. Após um ano e meio de atividade, a capacidade foi ampliada para 1.200 cabeças/dia. Segundo André Skimurt, a instalação do frigorífico na região propiciou maior formalização da atividade, possibilitando que os produtores se adaptassem para fornecer matéria-prima de qualidade para os mercados com os quais o Independência negocia.

MERCADO BRASILEIRO

A secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa informa, portanto, que o mercado brasileiro continua aberto para a exportação de carne bovina a Rússia, inclusive Rondônia. Conforme a secretaria, as medidas corretivas no frigorífico em questão serão adotadas imediatamente com o objetivo de restabelecer as garantias sanitárias, conforme as normas vigentes entre os dois países. (Com agência)  

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