Mais recursos para a cafeicultura mineira

Jornal O Norte
29/05/2007 às 10:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:05

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Os produtores de café de Minas Gerais agora podem contar com mais incentivo de crédito. O Mapa - ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai liberar mais R$ 47 milhões do Funcafé - Fundo de Defesa da Economia Cafeeira destinados para a colheita do café. Os cafeicultores no financiamento podem procurar os seguintes agentes financeiros: Santander Banespa, Bradesco, Credivar -Cooperativa de Crédito Rural dos Cafeicultores da Região de Varginha e as cooperativas vinculadas à Crediminas - Cooperativa Central de Crédito de Minas Gerais.




Mapa libera mais de R$47 milhões para o Funcafé

Desde fevereiro de 2006 cerca de 14 hectares foram plantadas numa parceria entre Iba - Agroindustrial e pequenos produtores do Projeto Jaíba no sentido de buscar um café de qualidade e que possa entrar no mercado tanto interno quanto externo. Hoje a saca de 60,5 kg de café comoditie tem custado cerca de R$ 240 a R$ 260; sendo que há quem consiga comercializar um lote contendo de 30 a 40 sacas por até R$ 4 mil.

Com novos incentivos do Mapa os produtores acreditam ser possível arregimentar um maior número de produtores que queiram plantar o grão, já que o produto está bem valorizado nessa etapa.

O sócio-gerente da Iba, Eduardo César Rebelo informou que o café tem um melhor crescimento no Norte de Minas, especialmente no Jaíba, por ser irrigado e porque o clima favorece. Ele que também cultiva o grão no Sul de Minas diz que é possível notar que enquanto a produção cresce em 2,5 anos no Sul de Minas, no Norte de Minas produz em 18 meses, o que significa lucros e aumento na produtividade em menos tempo. Isso porque, defende Eduardo, a planta cresce durante todo o ano no Jaíba.

O plantio feito em fevereiro do ano passado teve sua primeira cata em abril desse ano e a primeira safra se dará em abril de 2008. A expectativa é que se tire de 75 a 80 sacas de café por hectare, tendo como base as três últimas colheitas da fazenda São Tomé, em Pirapora, que tirou essa média de sacas.

O café no Jaíba significa alternativa de renda ao pequeno produtor e emprego o ano inteiro para mulheres, homens e idosos, conforme a Iba.

FINANCIAMENTOS

Segundo o Mapa os valores para financiamento da colheita, estocagem, custeio e aquisição de café foram fixados por meio da Portaria Interministerial nº 83 – Mapa e ministério da Fazenda – publicada no Diário Oficial da União no último dia 17.

O orçamento aprovado este ano para o Funcafé totaliza R$ 2,026 bilhões, dos quais R$ 850 para estocagem, R$ 450 milhões para colheita, R$ 426 milhões para custeio e R$ 300 milhões para o FAC - Financiamento da Aquisição de Café.

Com os R$ 47 milhões anunciados, o montante liberado este ano para a colheita de café totaliza R$ 287 milhões. A destinação do orçamento do Funcafé para 2007 foi normatizado em abril, por meio da Resolução 3.451, do CMN - Conselho Monetário Nacional.

RETENÇÃO DO PRODUTO

Com a esperança de alcançar um preço melhor, os cafeicultores brasileiros estão retendo as vendas do café. Até março, segundo estudo da Safras & Mercado, a comercialização da safra 2006/07, estimada pela Conab - Companhia Nacional de Abastecimento em 42,5 milhões de sacas de 60 quilos, atingiu apenas 78% do total. A comercialização está abaixo da safra anterior, quando no mesmo período alcançava vendas de 86%.

Até agora, as vendas correspondem a 78% da safra atual, que segundo a consultoria ficará em 45,9 milhões de sacas, acima da estimativa da Conab. Do total previsto, segundo o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach, os produtores venderam apenas 35,72 milhões de sacas. Para ele, sobram 10,18 milhões de sacas para serem vendidas até o fim da temporada comercial.

As vendas do café arábica atingem 75%, abaixo dos 82% comercializados em igual período da safra anterior. Os produtores de conillon desovaram 88% da safra, volume também menor que o da safra anterior, quando quase 100% da safra (97%) havia sido desovada.

As vendas antecipadas da safra de café 2007/08, que tradicionalmente ocorrem no primeiro semestre de cada ano, também estão atrasadas. (com informações de agências)

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