(Marcelo Prates)
Se tivesse se responsabilizando pelas despesas de limpeza, segurança e manutenção nas partidas em que é mandante no Mineirão, o Cruzeiro teria pagado para jogar em duas das seis partidas que disputou no estádio nesta temporada, pelo Campeonato Mineiro e Copa Sul-Minas-Rio.
Esta semana, a Minas Arena acionou o Cruzeiro judicialmente cobrando uma dívida de R$ 9 milhões. Desde que o Atlético jogou a final da Libertadores, em julho de 2013, no estádio, sem pagar as despesas, o Cruzeiro se sentiu no direito de fazer a mesma coisa, apoiado numa cláusula do contrato que tem com a concessionária.
Pela grande estrutura, jogar no Mineirão custa cerca de R$ 120 mil. Nos seus dois últimos jogos na arena, o Cruzeiro arrecadou menos do que isso.
Na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-PR, quando foi registrado o menor público do Cruzeiro no novo Mineirão (4.476 pagantes), inaugurado em fevereiro de 2013, a renda líquida foi de apenas R$ 48.587,75.
Na última terça-feira, na goleada de 3 a 0 sobre o Uberlândia, foram para os cofres cruzeirenses R$ 118.026,36.
Nos seis jogos como mandante em 2016, a arrecadação líquida do Cruzeiro é de R$ 1.298.678,88. Se o clube estivesse pagando a Minas Arena as despesas com manutenção do estádio, limpeza e segurança, o total arrecadado cairia para cerca de R$ 580 mil.
Contrato
A principal alegação da Minas Arena na ação que move contra o Cruzeiro está ligada à cláusula 21.8 e ao item 21.8.1 do contrato de parceria entre as duas partes, que fez do Mineirão a casa cruzeirense por 25 anos, a partir de 2013.
Na cláusula está claro que se um clube firmar parceria com a Minas Arena e o Cruzeiro julgar que o contrato é melhor, tem o direito de abrir mão do seu para aderir ao compromisso assinado por outra agremiação com a concessionária.
Por sua assessoria de imprensa, o Cruzeiro afirma que só vai se manifestar sobre o caso quando receber a notificação da ação movida pela Minas Arena.