Os sul-africanos saudaram nesta segunda-feira a saída de Nelson Mandela do hospital, após quase três meses de tratamento em Pretória, mas as preocupações sobre a saúde do líder antiapartheid continuam.
Uma ambulância levou o líder de 95 anos para sua casa, localizada no arborizado bairro de Houghton, em Johanesburgo, no domingo. O escritório do presidente sul-africano Jacob Zuma informou que Mandela continua em estado grave, algumas vezes instável, e que ele vai receber o mesmo tipo de tratamento que tinha no hospital, sob os cuidados dos mesmos médicos.
"Se ele está de volta em casa, eu me sinto livre", disse o jardineiro Harrison Phiri. "Ele é o pai da nação." Thembisa Mbolambi, outro morador de Johanesburgo, também expressou sua satisfação pelo fato de Mandela ter saído do hospital e o descreveu como "o homem que se ofereceu por nós".
O jornal sul-africano The Star traz em sua manchete desta segunda-feira a frase "Madiba está em casa", usando o nome de clã de Mandela, sem esquecer que "as preocupações sobre a infecção persistem". A manchete do diário The New Age é mais otimista: "Alegria mundial por Mandela".
O ex-presidente sul-africano deu entrada no hospital em 8 de junho por causa de uma infecção pulmonar recorrente. Documentos jurídicos preenchidos por sua família dizem que ele respira com a ajuda de aparelhos e muitos sul-africanos temem que ele esteja perto da morte.
Mandela, que ganhou o prêmio Nobel de Paz, é visto em todo o mundo como uma poderosa personalidade reconciliadora. Apesar de ter permanecido preso durante quase 28 anos por causa de sua oposição ao regime racista no país, Mandela demonstrou sinais de rancor ao ser libertado em 1990.
Ele se tornou o líder unificador que liderou a África do Sul durante sua delicada transição para uma eleição multirracial que o levou à presidência, em 1994. Fonte: Associated Press.
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