Manifestação em defesa da educação fecha ruas no Centro de BH

José Vitor Camilo
30/05/2019 às 18:21.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:53
 (Riva Moreira)

(Riva Moreira)

Milhares de estudantes e trabalhadores da educação protestam desde o fim da tarde desta quinta-feira (30) no Centro de Belo Horizonte contra o contingenciamento de verbas das universidades federais do país. O trânsito já está complicado em algumas vias da região por volta das 18h, segundo a BHTrans. 

De acordo com a organização do ato, formada por movimentos estudantis e sindicatos da educação, são esperadas cerca de 30 mil pessoas. "Mas, assim como no primeiro protesto - quando esperávamos 20 mil e o número passou de 200 mil - podemos ser surpreendidos", disse Cristina Del Papa, coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes) e servidora da UFMG. 

Segundo ela, o contingenciamento na UFMG será de R$ 65 milhões. "Ele vai atingir o dia a dia da universidade. É o dinheiro que a gente paga os 4 mil terceirizados, contas de água, luz, compra material de pesquisa. Desse jeito, a UFMG só consegue chegar até julho, não sabemos se vamos conseguir manter as aulas a partir de agosto", explica.

O ato desta quinta parte da praça Afonso Arinos, subindo a avenida João Pinheiro. Em seguida, os manifestantes seguirão pela rua Timbiras até a avenida Afonso Pena. O trânsito será fechado na Praça 7 e, de lá, o ato será encerrado na Praça da Estação, onde haverá um encontro cultural com shows do bloco de Carnaval Havaianas Usadas, do músico mineiro José Luis Braga (Graveola), DJ Russo, entre outros. 

Estudante de Geografia na UFMG, Tales de Oliveira, de 33 anos, conta que o temor dos alunos é que não seja possível continuar com as aulas se o contingenciamento for mantido. "Já temos alguns terceirizados que foram demitidos, a manutenção dos campus já está prejudicada e, futuramente, o próprio curso pode ser prejudicado. Por isso estamos mobilizados", defende.

Trânsito

A manifestação provocou engarrafamento em algumas vias importantes do Centro de Belo Horizonte. O tráfego foi interrompido na avenida Augusto de Lima, primeiramente, provocando reflexos de lentidão na Praça da Liberdade, na avenida Bias Fortes e na Rua da Bahia. Com a chegada dos manifestantes à avenida Afonso Pena, parte da via teve de ser interditada. Confira as condições do trânsito no Twitter da BHTrans:

18h42 Trânsito está lento na área central, para quem segue em direção à Av. Augusto de Lima, Av. João Pinheiro ou AV. Afonso Pena. Lentidão refletindo na Praça da Liberdade, Rua da Bahia, Av. Bias Fortes.— OficialBHTRANS (@OficialBHTRANS) May 30, 2019
17h55 Manifestação foi unificada. Trânsito está impedido, também, na Av. Augusto de Lima entre a Rua da Bahia e Praça Afonso Arinos, em direção à Av. Afonso Pena. Trânsito está sendo desviado para a Rua da Bahia. https://t.co/naPSX8NQKa— OficialBHTRANS (@OficialBHTRANS) May 30, 2019

 Greve geral

No próximo dia 14 de junho, os movimentos preparam, ainda, uma greve de um dia. "A educação já está fechada, amanhã (sexta) vamos ter uma plenária com todos os sindicatos e o objetivo é parar o Brasil", finalizou Cristina del Papa. 

MEC

Segundo o Ministério da Educação (MEC), o contingenciamento de recursos se deve a restrições orçamentárias impostas a toda a administração pública federal em função da atual crise financeira e da baixa arrecadação dos cofres públicos. O contingenciamento de 30% dos recursos, inicialmente anunciado pelo MEC, diz respeito às despesas discricionárias das universidades federais, ou seja, aquelas não obrigatórias. Se considerado o orçamento total dessas instituições (R$ 49,6 bilhões), o percentual contingenciado é de 3,4%.

O MEC afirma também que, do total previsto para as universidades federais (R$ 49,6 bilhões), 85,34% (ou R$ 42,3 bilhões) são despesas obrigatórias com pessoal (pagamento de salários para professores e demais servidores, bem como benefícios para inativos e pensionistas) e não podem ser contingenciadas.

De acordo com o ministério, 13,83% (ou R$ 6,9 bilhões) são despesas discricionárias e 0,83% (R$ 0,4 bilhão) para cumprimento de emendas parlamentares impositivas – já contingenciadas anteriormente pelo governo federal.

  

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