Manifestação em São Paulo já ocupa duas faixas da Avenida Paulista

Gustavo Porto
20/06/2013 às 17:30.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:18

A sétima manifestação do Movimento Passe Livre (MPL), que ocorre nesta quinta-feira (20) na Av. Paulista, em São Paulo, já conta com um grande número de pessoas e interditada os dois sentidos no trecho entre a Rua da Consolação e a Bela Cintra. Quem vem da Rebouças não consegue entrar na Paulista.

O ato desta quinta-feira (20) é em comemoração à decisão da prefeitura e do governo do Estado, ontem, de revogar o aumento das tarifas de R$ 3,20 para R$ 3,00 após os numerosos protestos na cidade.

O presidente do PT, Rui Falcão, retirou a hashtag "ondavermelha" do seu perfil do microblog Twitter, na qual apoiava a iniciativas de militantes do partido, de centrais sindicais e movimentos sociais de fazer um ato junto com a grande manifestação do MPL. Segundo assessoria de Falcão, a decisão ocorreu porque ele não está convocando o ato, que ocorreria na mesma região, organizado pela militância e ainda porque foi um "retuite" (reprodução de outra mensagem) errado.

A decisão de Falcão ocorre, no entanto, após o nome do presidente do PT ocupar o quinto posto entre os "trend topics" (mais citados) do Twitter no Brasil. Apesar de muitos defenderem o presidente nacional do PT, a maioria dos tópicos tem xingamentos e ameaças a Falcão e ao partido.

 Manifestantes hostilizam militantes com bandeiras partidárias

Militantes do PT e da CUT foram agredidos e vaiados pelos manifestantes que estavam na Avenida Paulista, próximo à Rua Haddock Lobo. Vestidos com roupas vermelhas e carregando bandeiras, os petistas respondiam às agressões gritando: "Democracia". Já os outros manifestantes, que não querem a presença de partidos políticos no local, gritavam: "oportunistas". Apesar da agressão, os militantes do PT e da CUT continuam seguindo a passeata, sentido Paraíso.

Um grupo se dividiu na concentração do sétimo protesto do MPL em São Paulo e começou a marchar no sentido Paraíso. Há cartazes pedindo fim da corrupção, a redução da maioridade penal, criticando os partidos políticos.

Na Praça do Ciclista, permaneceram grupos ligados à causa original da redução da passagem, com bandeiras de movimentos ligados a partidos, como, por exemplo, o "Juntos", braço jovem do Psol.

Lojas, bancos, prédios empresariais encerraram o funcionamento. A presença da Polícia é maior do que no protesto de terça-feira, quando diversas lojas foram saqueadas no centro de São Paulo.

O secretário nacional da Juventude do PT, Jeferson Lima, de 26 anos, reagiu às vaias, afirmando que o discurso apartidário é uma estratégia de pessoas ultraconservadoras para desgastar o partido. Na avaliação dele, Haddad realmente demorou para abaixar a tarifa, mas o papel do PT foi fundamental para pressionar Haddad e, no final, a decisão certa acabou sendo tomada. "Não seria esse discurso antipartidário que convenceria o Haddad a baixar a tarifa", disse.

Um grupo de cerca de 150 militantes do PT acabou desistindo de permanecer na passeata na Avenida Paulista por causa da crescente hostilidade por parte dos manifestantes que não querem a presença de partidos no ato. A passeata ainda se concentra na frente da TV Gazeta. Os manifestantes estão impedindo emissoras de televisão de transmitir imagens ao vivo do local.

Um pouco antes, houve mais um tumulto por causa da presença dos integrantes do PT.
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