Milhares de manifestantes voltaram às ruas nesta sexta-feira (31) em Belo Horizonte e em outras capitais para protestar contras as medidas propostas pelo Governo Temer, como as reformas da Previdência, trabalhista e a aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de terceirização irrestrita nos setores público e privado, que foi sancionado no fim da noite pelo presidente. Segundo a organização do evento, cerca de 100 mil pessoas participaram do ato.
O protesto travou o trânsito em vários pontos da capital. Também nesta sexta-feira (31), o deputado federal mineiro Patrus Ananias (PT/MG) ingressou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de liminar, para tentar suspender a tramitação da PEC 287/16, que prevê mudanças nas aposentadorias.
A concentração na capital começou às 17 horas, na Praça da Assembleia, de onde os manifestantes saíram em passeata rumo à praça da Estação. Com balões nas mãos, os participantes passaram pelas avenidas Olegário Maciel e Amazonas, que foram fechadas, dificultando o trânsito para quem estava indo para casa. Belo Horizonte já amanheceu ontem com protestos contra as reformas propostas por Temer.
A presidente da Sindicato dos Trabalhadores na Educação (Sind-UTE) e da Central Única dos Trabalhadores em Minas (CUT), Beatriz Cerqueira, que participou dos protestos, afirmou que os professores da rede estadual vão manter a greve por tempo indeterminado.
“Precisamos é de uma reforma Tributária e não da Previdência”, afirmou. “O governo Temer ataca a mulher com a equiparação de tempo para aposentadoria. Ele se esquece que somos nós, mulheres, que assumimos os doentes das nossas famílias, os idosos, os deficientes”, enfatizou.
“Vamos continuar em greve e protestando contra as reformas”, disse a professora Carla Munique, de 37 anos, para quem os debates promovidos na capital e em várias partes do país mostram o que realmente o governo Temer tem proposto como reformas.
Uma greve geral está programada para o próximo dia 28, data em que as centrais sindicais devem se reunir em um novo manifesto em BH e outras cidades brasileiras.
Estudo atuarial
No mandado de segurança impetrado ontem, Patrus Ananias pede também que sejam consideradas nulas as decisões do Legislativo sobre a PEC 287/2016.
Ele considera que a falta de um estudo atuarial deixa os parlamentares sem condições para avaliar uma medida que restringe direitos fundamentais do trabalhadores.
“A PEC 287/16 propôs profundas alterações nas regras de elegibilidade e formas de cálculo dos benefícios, no RGPS e no RPPS sem, contudo, demonstrar matematicamente o desequilíbrio do sistema de seguridade que fundamentaria a redução da cobertura e o maior rigor dos critérios para o gozo de benefícios”.
Veja vídeo da saída do ato: