Aproximadamente mil pessoas caminharam em BH, protestando contra a morte de Moïse Kabagambe (Foto: Caio Diniz/ União da Juventude Rebelião)
Manifestantes foram às ruas em diversas cidades brasileiras pedindo justiça por Moïse Kabagambe na manhã deste sábado (5). Em Belo Horizonte, o ato ocorreu na Praça Sete, às 10h. Os participantes pedem a penalização de três homens suspeitos de assassinarem brutalmente o imigrante congolês no Rio de Janeiro (RJ) em 24 de janeiro.
Contra o racismo e a xenofobia, aproximadamente mil pessoas caminharam da Praça Sete até a Praça Raul Soares, na região Central da capital, de acordo com a organização do protesto. O movimento durou cerca de duas horas.
"Infelizmente, a gente vive num país em que 80% das mortes violentas são de pessoas negras. Então, o caso do Moïse não é isolado. No ano passado mesmo, o movimento negro já vinha com essa pauta a partir de mortes de pessoas negras também de forma violenta. A gente vem, mais uma vez, denunciando as mortes, principalmente da juventude negra", disse Mariana Fernandes, participante do Unidade Popular e do Movimento de Mulheres Olga Benário.
Cerca de 60 entidades, entre partidos políticos, movimentos e coletivos organizaram a manifestação em BH. O ato foi sincronizado com os movimentos realizados em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ).
Na capital carioca, onde Moïse vivia e foi morto, centenas de manifestantes se reuniram em frente ao quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca. O congolês trabalhava no local e, ao cobrar o pagamento pelos serviços prestados, foi amarrado e espancado até a morte por três homens. Os suspeitos estão presos.
A mãe de Moïse, Ivana Lay, esteve presente no protesto do Rio e discursou rapidamente, em cima do carro de som. A congolesa lamentou a morte do filho e pediu: "queremos justiça para o Moïse, até o final".
Conforme a manifestante mineira Mariana Fernandes, o contexto do assassinato do congolês também foi abordado durante os protestos. Ela associa mudanças nas leis trabalhistas com a insegurança, em especial, de trabalhadores negros.
"O que foi dito na época da reforma trabalhista é que seria possível, entre outras coisas, negociar com o patrão. O caso do Moïse é muito emblemático por isso, porque foi uma tentativa de negociar com o patrão. Quantos são os trabalhadores negros e negras que precisam fazer isso e não passam por situações vexatórias até chegar no caso do Moïse?", questiona.
(*) Com informações da Agência Brasil
Leia mais:
Campanha arrecada doações para atingidos pelas chuvas em São Joaquim de Bicas; ação vai até dia 20
Pais protestam contra adiamento das aulas em BH; manifestação aconteceu em frente a casa do prefeito