A aliança entre PT e PSB nacional vai enterrar a pré-candidatura do socialista Marcio Lacerda ao governo de Minas Gerais. Aliados já dizem que é muito difícil que ele consiga se viabilizar. Porém, o ex-prefeito de Belo Horizonte vai cair atirando. Lacerda entrará na Justiça e pretende colocar sob judice o apoio do PSB a Fernando Pimentel (PT), governador que tentará a reeleição.
A aposta é a de que o ex-prefeito apoie, informalmente, Rodrigo Pacheco, pré-candidato do Democratas. Isso porque Lacerda sabe que PSDB e PT torcem para que ele saia do páreo. E Pacheco é quem coloca-se como terceira via. Por isso, partidos como o PV e o PDT ainda não decidiram como se posicionarão nas eleições.
O ex-prefeito deve durar pouco no PSB, após a decisão do presidente Carlos Siqueira. Se a Justiça Eleitoral não der ganho de causa para ele, pode mudar de legenda. O PDT já ofereceu a casa a Marcio Lacerda antes mesmo do imbróglio atual por que passa.
Consenso
O consenso entre as legendas é a de que os caciques do PT e PSB “tratoraram” a pré-candidatura de Lacerda. Fizeram uma aliança de cima para baixo sem ouvir os estados, com exceção de lideranças do PSB de Pernambuco.
Constrangimento
Já provoca constrangimento no PT a possibilidade de uma aliança com o MDB de Michel Temer. Em Minas, a bancada federal emedebista quer coligação com Pimentel. Pelas contas das lideranças, com o PT, o MDB conseguiria manter a bancada. Já sem ele, perderia dois deputados na Câmara e o mesmo número na Assembleia.
O problema é que petistas da ala mais à esquerda, ligadas a Luis Dulci, não querem a junção. Alegam motivos ideológicos, além do constrangimento em ver todos cinco federais do MDB que votaram pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no mesmo palanque que ela.
A convenção petista de domingo promete!
Ciro aposta na revolta
A aliança do PT com PSB também jogou um balde d’água fria nas pretensões de Ciro Gomes (PDT), que não conseguiu a coligação com o PDT. Mas, interlocutores dizem que ele apostará justamente na insatisfação regional, como a ocorrida em Minas e em Pernambuco (Marília Arraes está revoltada).
“Muitas lideranças que não concordam com as alianças de seus partidos já procuraram Ciro. Vão fazer campanha informal”, afirmou um deputado.