Marco Antônio Teixeira, ex-secretário-geral da CBF, defendeu nesta quarta-feira o afastamento de Marco Polo del Nero do cargo de vice-presidente da entidade. Segundo ele, o dirigente, que também é presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e membro do Comitê Executivo da Fifa, não tem condições de acumular os cargos e ainda está envolvido numa investigação da Polícia Federal.
Del Nero está sendo investigado pela Operação Durkheim da Polícia Federal, que apura crimes contra o sistema financeiro e violação de dados. Na semana passada, ele teve a casa visitada por policiais da PF, que recolheram documentos e computadores - na ocasião, o dirigente chegou a ser levado à sede do órgão em São Paulo para prestar esclarecimentos e foi liberado posteriormente.
"Na minha casa nunca teve ninguém da Polícia Federal. Não tenho que responder nada a ninguém", provocou Marco Antônio, que participou nesta quarta-feira do Footecon, fórum internacional de futebol que acontece no Rio, como fundador da associação Fifa/CIES/Fundação GV, que trata de gestão, marketing e direito esportivo. "Ele (Del Nero) deveria ter a nobreza de se afastar já da CBF."
Tio de Ricardo Teixeira, que renunciou à presidência da CBF em março - José Maria Marin assumiu o cargo de presidente depois disso -, Marco Antônio disse ainda que Del Nero "botou a CBF dentro da Federação Paulista de Futebol", transferindo alguns serviços essenciais da entidade para a administração da FPF, como a contabilidade e o centro de processamento de dados.
Ele afirmou que, antes da renúncia de Ricardo Teixeira, Del Nero esteve no centro da articulação de um "golpe" com várias mudanças estatutárias na CBF, sendo a principal delas a antecipação da eleição da entidade para antes da Copa do Mundo de 2014.
Para Marco Antônio, Del Nero está se utilizando do cargo na CBF para planejar e organizar a sucessão de Marin em 2014 e ocupar a presidência da entidade. "O processo sucessório de Marin já começou e não está sendo democrático", acusou o ex-secretário-geral.
Marco Antônio revelou nesta quarta-feira que viu o sobrinho Ricardo Teixeira pela última vez no dia 29 de janeiro, quando recebeu o comunicado de sua saída do cargo de secretário-geral da CBF. Em março, Ricardo Teixeira renunciou à presidência e, desde então, tem vivido em Miami, nos Estados Unidos.
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