Marcos Montes (PSD) será vice de Anastasia e entrada de Temer pode mudar quadro

03/04/2018 às 21:06.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:09

Na tentativa de atrair partidos políticos de médio porte, que tornaram-se cobiçadíssimos, tendo em vista a indefinição do cenário eleitoral, os pré-candidatos ao governo de Minas já começam a negociar a vaga de vice. O Senador Antonio Anastasia (PSDB) deverá ter na chapa o deputado federal Marcos Montes, líder do PSD na Câmara Federal. 

Montes é ligado ao agronegócio e tem um bom trânsito com os colegas de partido. Tem a base eleitoral no Triângulo mineiro e é alinhado ao ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), um dos articuladores da entrada do deputado na chapa. A ascensão de Montes na vaga de vice garante um partido com boa bancada federal, que daria tempo de televisão, além de atrair aliados. 

Mas um fator ainda não ponderado pela maior parte dos partidos pode minar a aliança. Se o presidente Michel Temer (PMDB) decidir disputar a reeleição ou lançar o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (recém filiado ao MDB), o cenário muda, novamente. 

Nestas eleições, diferentemente do que ocorreu em pleitos passados, a indefinição é palavra de ordem. Quando pensa-se que haverá calmaria, com início de acertos, vem um fator de desestabilização. 

Se Temer sair candidato, certamente deverá impor um palanque forte em estados estratégicos. E Minas é um deles. Somos o segundo maior colégio eleitoral. Candidatos a presidente que almejam serem competitivos, não podem ignorar a força de Minas. Com o MDB na jogada, mudam as articulações no campo da oposição e da situação.

Como é notório, Temer e o PT são como água e óleo. Por isso, a chance de o presidente utilizar o palanque do governador Fernando Pimentel (PT) é zero. Por aqui, o MDB do presidente caminha de braços dados com o governo petista. 

Mas com a candidatura do MDB a presidente, haverá pressão para que o partido tenha candidatura própria nos horizontes das Gerais. É aí que a ideia quase impossível de o MDB lançar o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, ou o empresário Josué Gomes da Silva (filho de José Alencar) não fica tão surreal assim. 

Nesse cenário, Temer entraria na batalha pelas legendas do chamado Centrão (PSD, PP, PR, etc). O PSD de Marcos Montes seria uma das siglas mais cobiçadas pelos emedebistas, que teriam a vaga de vice na chapa estadual e as duas de senador para negociar. 

Teria também a possibilidade de o PSD articular com o PSDB para manter o apoio ao governo Temer, mas formarem palanques diferentes em estados como Minas. Aí, estaria garantida a vaga de vice de Montes na chapa de Anastasia. 

A única certeza que os partidos têm agora é de que o cenário só vai ficar mais claro quando começarem as convenções, em 20 de julho. Esperava-se que o dia 7 de abril, data para a desincompatibilização, clareasse o jogo. Porem, o céu permanecerá nublado. Exemplo: Pimentel não deixará o cargo. Mas será que sairá candidato à reeleição? Ou terminará o governo e abandonará as urnas?

Existem muitas variáveis que podem mudar. O cenário nacional, contudo, certamente influenciará o desenrolar das alianças em Minas. 


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