Marina promete reforma tributária em visita a Belo Horizonte

Bruno Moreno - Hoje em Dia
09/09/2014 às 22:00.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:08
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Em passagem pela capital mineira, a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) anunciou que, caso eleita, fará uma reforma tributária assim que assumir o cargo, de maneira escalonada.   “No primeiro mês do nosso governo, vamos mandar uma proposta de reforma tributária para ser debatida no Congresso. E, com a legitimidade e vontade do povo brasileiro, haveremos de aprová-la”, afirmou.   Segundo Marina, a proposta será norteada por três temas. “O princípio da publicidade, da transparência. Hoje, os pobres pagam mais impostos do que o rico, mas isso não fica claro para ele. Queremos o princípio da simplificação, para que as empresas não gastem tanto tempo com atividades complexas só para pagar impostos. E queremos o princípio da justiça tributária, para que aqueles que menos podem não sejam castigados por um sistema que não é justo. E vamos fazer a reforma tributária de forma fatiada, para não impactar a vida dos Estados e municípios”, argumentou.   Quando terminava a sua fala, Marina Silva foi advertida por seu candidato a vice, Beto Albuquerque, de que seu programa de governo não prevê o aumento da carga tributária.   Bancos   Ontem, a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, acusou Marina Silva de ser financiada e sustentada por bancos. Questionada sobre a crítica da petista, Marina desconversou, mas disse que nos governos anteriores, tanto do PT quanto do PSDB, foi quando os banqueiros aferiram os maiores lucros.   “No governo de FHC, os bancos tiveram lucro de R$ 31 bilhões. No governo do presidente Lula, R$ 199,46 bilhões. (…) Nosso compromisso é com 10% da arrecadação bruta para a saúde, 10% para a educação”, argumentou.   Ainda no tema de economia, Marina Silva reafirmou que defende a autonomia do Banco Central, mas não esclareceu quais seriam os benefícios para a população. Se ateve, apenas, a enfatizar que a proposta, identificada com grupos liberais, seria a melhor opção para o país.   “O Banco Central autônomo é para proteger os interesses da sociedade. Para não ficar a serviço dos grupos, dos partidos. Nossa proposta é de dar continuidade aos instrumentos da política macroeconômica que nos levou a fazer com que o país voltasse a crescer. A meta da inflação tem que ser respeitada. Não pode ultrapassar o teto”, afirmou.   Albuquerque diz que PT não reflete o país real   O candidato a vice na chapa de Marina, Beto Albuquerque, afirmou que o programa de televisão da presidente Dilma Rousseff (PT) não reflete o país.   “Parece uma miragem de um Brasil que não existe. Nunca vi tanta mentira ao mesmo tempo como estou vendo no programa oficial. O desequilíbrio das contas públicas, a volta da inflação voltam a colocar em risco os avanços sociais que nós já realizamos”.   Bolsa educação   Marina afirmou que irá ampliar o Bolsa Família e criar o Bolsa Educação para complementar o programa. “Vamos trabalhar nas duas frentes. Vamos corrigir erros e encarar desafios”, afirmou, sem detalhar o que seria o Bolsa Educação.   A candidata afirmou que está sendo atacada pelos principais adversários, Dilma e Aécio Neves (PSDB), mas que não irá fazer ataques pessoais. “Prefiro sofrer a injustiça do que cometer injustiças”.   Marina enfatizou, ainda, que ao vencer a disputa eleitoral, não irá agradecer a políticos tradicionais. “Se o Aécio ganhar, ele acha que ganhou porque tem tempo de televisão, porque tem muito dinheiro, porque tem muitas estruturas. Se a Dilma ganhar, vai agradecer ao Sarney, ao Renan, ao Collor, ao Maluf. Se nós ganharmos, eu só tenho um para agradecer: ao povo brasileiro. É isso que eles não se conformam”, afirmou.   Argumentando que tem pouco tempo de televisão, a candidata pediu aos militantes que fortalecessem a divulgação de suas propostas e fizessem a defesa dela nas redes sociais, mas sem atacar.     Pouca mobilização   Poucas pessoas foram à Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, para acompanhar o discurso de Marina e de seu candidato a vice, Beto Albuquerque, ontem de manhã. Havia mais gente na fila para retirar ingressos do festival Natura Musical do que em frente ao improvisado trio elétrico – com péssimo sistema de som –, estacionado na esquina com a rua dos Caetés.   Em dois momentos de sua fala, Marina foi vaiada por quem estava na fila. A maioria dos que estiveram na praça, inclusive, parecia ser de militantes de candidatos a deputado, que aproveitaram a passagem da acreana para fazer fotos e divulgar suas candidaturas.   À tarde, no pequeno comitê do partido, na Savassi, a imprensa se aglomerou com alguns militantes e candidatos que foram acompanhar Marina.

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