Canções como músicas como "Infinito particular", "Beija eu", "Ainda lembro", "Eu sei", "Já sei namorar" e "Bem que se quis" estarão presentes (Leo Alversa/Divulgação)
Marisa Monte não lançava um disco de inéditas há dez anos. Em 2021, a cantora pôs no mercado “Portas”, um título muito apropriado para um momento em que o mundo tenta encontrar caminhos após uma pandemia matar milhões de pessoas.
Curiosamente, a maior parte do repertório, que serve de base para o show homônimo que Marisa apresentará neste sábado, no anfiteatro do Mineirão, foi composta antes da palavra Covid dominar o noticiário.
“Acho que é natural que as canções dialoguem com o seu tempo apesar de muitas delas terem sido feitas antes da pandemia”, salienta a cantora, em meio a uma concorrida turnê que passará ainda por Itália, França, Portugal, Espanha e Inglaterra.
“Vejo como temas centrais as constantes transformações, as escolhas, as opções, a natureza, a própria música e a arte como forma de ligação transcendental com a vida e o esforço coletivo e cooperativo para a construção de um bem comum”, registra
No show, ela também passeia por seus principais hits, espalhados por três décadas de carreira, como “Infinito Particular”, “Beija Eu”, “Ainda Lembro”, “Eu sei”, “Já Sei Namorar” e “Bem que se Quis”.
“Depois de tantos anos de carreira tantos álbuns gravados, tenho um repertório muito extenso, e é natural que as canções circulem pelo repertório do show e se alternem num equilíbrio interno entre estilos, temas, ritmos e fases”, salienta.
Em “Portas”, adianta Marisa, ela procurou “trazer canções que não canto há muito tempo, apresentar um panorama da minha história e adicionar canções novas às antigas”. A principal novidade é “Ainda Lembro”, ausente do setlist há duas décadas.
Sempre envolvida nos conceitos visuais de seus discos e shows, a artista carioca, que assina a direção geral, destaca que buscou criar um diálogo entre o nosso mundo interior e o exterior, o isolamento, a imaginação e o sonho.
“Minha referência foi a série ‘Fundos’, da genial artista plástica Lúcia Koch, que cria a ilusão de amplidão, luzes, sombras e ambientes arquitetônicos que potencializam o sentido das canções”, assinala.
Marisa Monte já se intitulou como uma cantora de “palavras cantadas”. Parece óbvio, mas a verdade é que, na música atual, elas são cada vez mais ditas simplesmente, sem qualquer interpretação vocal.
“Como meu instrumento, a voz, é o único capaz de articular palavras, tento potencializar ao máximo essa capacidade e valorizar cada palavra que canto. Gosto da coisa bem dita. Sou da tradição da canção e acho que sempre haverá espaço para poesia cantada”, defende.
SERVIÇO
“Portas” - Show com Marisa Monte. Neste sábado, às 21 horas, no Anfiteatro do Mineirão (Avenida Antônio Abrahão Caram, 1001 - Bairro São Luiz). Ingressos: Superior - R$ 105, Inferior - R$ 175, Lounge - R$ 380 e Cadeiras - R$ 600. Eles devem ser adquiridos pelo site da Eventim