Massa salarial, queda no juro e inflação mais baixa estimularam consumo, diz IBGE

Estadão Conteúdo
01/03/2018 às 13:49.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:38
 (Reprodução)

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O avanço de 1,0% no consumo das famílias em 2017 puxou a elevação de 1,0% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano, segundo a ótica da demanda. Os dados são das Contas Nacionais Trimestrais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Pela ótica da despesa, o grande destaque foi o consumo das famílias", afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. "A taxa de poupança não cresceu, o que cresceu foi o consumo", lembrou Rebeca Palis.

O resultado foi impulsionado pelo aumento da massa salarial, pela estabilidade do crédito, pela queda nos juros e pela inflação mais baixa. Houve influência expressiva também da liberação de recursos inativos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), reconheceu a coordenadora.

Segundo ela, o impacto da liberação dos recursos do FGTS é mais claro nos resultados de meados do ano. "Depois o dinheiro acabou, né?", disse Rebeca.

Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o consumo das famílias cresceu 0,2% no primeiro trimestre de 2017; 1,2% no segundo trimestre; 1,1% no terceiro trimestre; e 0,1% no 4º trimestre.

FBCF

Após 14 meses seguidos de queda, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou alta de 3,8% no quarto trimestre de 2017 em comparação com o mesmo período do ano anterior, um resultado importante na avaliação de Rebeca Palis. "Foi a primeira taxa positiva em 14 trimestres, beneficiada pelo aumento da produção interna de máquinas e equipamentos e importação de máquinas e equipamentos", explicou.

Já a taxa de investimento no quarto trimestre, que mede a FBCF sobre o PIB, saiu de 15,3% no quarto trimestre de 2016 para 15,7% no mesmo período em 2017.

PIB do 4º trimestre

Apesar dos avanços na indústria e nos investimentos, o PIB brasileiro ficou praticamente estável na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2017.

A alta de apenas 0,1% manteve a tendência de desaceleração já percebida nos trimestres anteriores: na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o PIB cresceu 1,3% no primeiro trimestre de 2017; 0,6% no segundo trimestre; e 0,2% no terceiro trimestre. "Não dá para ficar crescendo a taxas muito elevadas o tempo todo", minimizou Rebeca Palis.

Na passagem do terceiro para o quarto trimestre do ano passado, o PIB industrial aumentou 0,5% pela ótica da oferta. Houve crescimento de 0,3% em Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e avanço de 1,5% na Indústria de transformação. Já a Indústria extrativa caiu 1,2%, enquanto a Construção ficou estável (0,0%).

O PIB da Agropecuária registrou estabilidade (0,0%) na mesma base de comparação.

O PIB dos Serviços teve elevação de 0,2% na passagem do terceiro para o quarto trimestre do ano passado. Apenas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,3%) e Outras atividades de serviços (-0,7%) tiveram quedas. Entre as altas, os destaques foram Transporte, armazenagem e correio (0,9%), Atividades imobiliárias (0,9%), Informação e comunicação (0,5%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e Comércio (0,3%).

Entre os componentes da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo subiu 2,0% entre o terceiro e o quarto trimestres do ano passado. O consumo do governo aumentou 0,2%, enquanto o consumo das famílias teve ligeiro crescimento de 0,1%.

Quanto ao setor externo, as Exportações de bens e serviços caíram 0,9% na mesma base de comparação, e as Importações de bens e serviços cresceram 1,6%.

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