Avaliar participantes de reality show de culinária pode ser perigoso. E não é por causa dos ingredientes. "Eles te olham e gritam, quase te dão uma pancada na cabeça", relata Matt Preston, apresentador do Masterchef: Profissionais, que estreia nesta sexta-feira, 28, às 21h30, no TLC. Na atração, 18 chefs de cozinha da Austrália, que já estão no mercado, passam por desafios, pelo crivo do premiado Marco Pierre White e são eliminados a cada episódio semanal. O campeão leva um prêmio de R$ 430 mil, aproximadamente.
Com mais de duas décadas de experiência em crítica gastronômica, Preston, britânico radicado na Oceania, diz que é mais difícil dar notas para cozinheiros iniciantes, como já fez em outras versões do reality. "Profissionalmente, estou acostumado a julgar chefs o tempo todo. Eu entendo o ego deles a raiva que vejo neles. Com alguém que só cozinha é mais difícil, pois eles nunca foram criticados por sua comida e as pessoas sempre lhes disseram que ele são bons cozinheiros."
Apesar de fazer cara de mau na hora de anunciar quem está fora da competição, Matt Preston revela sentir pena dos candidatos, que ouvem desaforos de Marco Pierre. "O tempo todo. A regra é tomar a decisão a partir do prato que está na sua frente. Você tem de fazer isso com base na performance naquele desafio específico. Acho que isso nos leva a decisões difíceis", disse ao jornal O Estado de S.Paulo, durante teleconferência com jornalistas latinos.
O apresentador diz ter dificuldade em descobrir quem será o campeão. "Mesmo depois de já ter feito dez programas, eu nunca previ o vencedor no começo. Nas duas primeiras semanas, o que você vê de cada pessoa nunca é o que ela é de verdade", analisa o britânico, que faz de tudo para não se manter distante dos pupilos. "Você tem de se apaixonar pelos candidatos. Tem de querer que eles se deem bem, pois o coração é o mais importante no programa", derrete-se, citando a trajetória de uma participante egressa de um campo de refugiados da África que refez a vida na Austrália. "Você conhece a história de vida, quer que essa pessoa ganhe."
Além de ser temido entre os chefs do programa, Preston também é o terror dos profissionais fora da TV. "Há dono de restaurante que me reconhece e avisa: Preston está vindo. Depois de um tempo, você não sabe, mas os outros te conhecem. Tem até a sua foto na cozinha", exagera o jornalista.
As provas do Masterchef: Profissionais exigem bastante dos candidatos. Na estreia, assim que se apresentam, são divididos em equipes e precisam preparar um jantar para 120 pessoas. A cozinha fica de cara para o salão onde os convidados comerão. Enquanto o público - formado por críticos de gastronomia - chega, Marco Pierre pressiona e grita com os cozinheiros. Em outro episódio, eles têm de servir uma refeição em um bonde em movimento.
"Damos uma caixa com ingredientes para eles criarem. Em outro, damos restos, com cascas de batata e eles têm de fazer um prato de alta gastronomia com isso", adianta. Após rodar o mundo em centenas de restaurantes, Preston garante ter provado sabores únicos no reality, dos quais gostou. "Um chef fez uma banana com maionese e alho. Marco descreveu como uma das piores coisas que já provou. Também fizeram carne de camelo. Estava uma delícia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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