Mateus Solano apresenta espetáculo "Do Tamanho do Mundo" em BH

Se você não passou os últimos meses fora de órbita, sabe que Mateus Solano está arrasando na novela global "Amor à Vida", como o divertido (ok, por vezes) vilão Félix. O ritmo das gravações é tal que a turnê de "Do Tamanho do Mundo" teve que ser reavaliada. E, consequentemente, reduzida – mas por sorte, a capital mineira entrou na rota. Félix, ou melhor, Mateus Solano, chega nesta sexta-feira (30) à cidade.

Em cena, Arnaldo – que, certo dia, no quintal, percebe que não sabe mais andar. "A ideia é falar sobre máscaras sociais. Até quando você precisa delas, quando as veste por comodidade, e não por necessidade. E quando uma pessoa vai deixando de ser ela própria para ‘ser’ o que a sociedade espera. Queria discutir isso, até quando viver em sociedade tira a nossa autenticidade", explana Solano, que, cumpre dizer, idealizou o projeto.

O "mal" que acomete Arnaldo passa, mas, segue Mateus, "abre um buraco maior, digamos assim, dentro dele". "Ele começa a questionar suas escolhas, e se essas são de fato dele, ou se há uma máquina de escolher. Mas tudo isso de uma forma leve, com humor. Há um narrador que vai tentando desestruturar essa história, que vai tentando fazer com esse problema continue reverberando. A ideia não é que a gente mude e passe a viver como um bicho do mato. Ao contrário, é ser mais autêntico dentro da sociedade". Mateus lembra, ainda, que a peça é cheia de pontas soltas. "O público vai sair e dizer: puxa, mas aquilo não se resolveu. E é isso mesmo, as pessoas é que vão pensar".

Questionamentos

O tal mal súbito seria meio que uma metáfora de um momento-marco com o qual todos nós nos deparamos um dia, ao dobrar as esquinas da vida. E que incita a pensar, refletir. Pode ser, por exemplo, o trauma advindo de uma perda. Mas, no caso de Mateus, o giro começou a ser dado no dia em que sua filha, Flora, nasceu, há quase três anos.

"É o exemplo que sempre uso. Na saída da maternidade tive a sensação muito concreta de ver o Rio de Janeiro como se fosse a primeira vez. Às vezes, acontece concretamente com a gente, um novo olhar sobre a vida. E acho muito importante lançar esse olhar. A gente está num momento de explosão, de pessoas saindo às ruas, querendo tomar as rédeas. É um momento bacana para falar de escolhas, mudanças", analisa.

Para o ator, questionamentos são pertinentes para quem quer crescer e fazer algo mais da vida "além de simplesmente seguir uma estrada, um caminho pré-determinado". Mas adverte: "Não é uma peça-cabeça. O texto é leve, resvala para o lado da comédia – ainda que não seja a rasgada".


Serviço

"Do Tamanho do Mundo" – Nesta sexta (30), as 21 horas, sábado (31), às 18 e 21 horas, domingo (1°), 20 horas. No Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2244, Lourdes). Entradas: Setores I e II - R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia).