(Lucas Prates)
Em cinco anos, a procura por graduação tecnológica aumentou 27% em Minas Gerais. A última edição do Censo de Educação Superior, realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostra que quase 46 mil pessoas estavam matriculadas nessa modalidade em 2017. Em 2013, o número era de 36 mil.
Enquanto os cursos de bacharelado e licenciatura duram geralmente quatro anos, os da modalidade tecnológica são mais curtos. Em dois anos o estudante consegue o diploma. O prazo, que permite inserção mais rápida no mercado de trabalho, é um dos principais motivos para quem busca a alternativa, apontam professores.
A coordenadora dos cursos de gestão de Recursos Humanos (RH), Gestão Financeira, Logística e Marketing das Faculdades Promove, Andrea Arnaut, lembra ainda que os tecnólogos são ideais para pessoas que já têm uma definição mais clara de que segmento gostariam de trabalhar.
“Historicamente, a graduação tecnológica é mais procurada por alguém que já trabalha na área e precisa se profissionalizar porque a empresa exigiu uma formação de nível superior. Mas esse perfil vem mudando ao longo do tempo. Temos alunos que já entenderam que querem um curso mais específico, com mercado definido, e têm isso claro em mente”, diz.
Valorização
Professor do curso de tecnologia em gestão comercial da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Olney Bruno da Silveira Júnior diz que as matrículas cresceram depois que o Ministério da Educação (MEC) passou a valorizar a formação tecnológica, diminuindo o preconceito que existia.
“Mesmo assim é preciso ressaltar que, para quem pretende investir em longas carreiras ou se tornar especialista, o tecnólogo pode ser insuficiente. Contudo, hoje valoriza-se a formação essencial para o mercado de trabalho, que esse tipo de graduação engloba”, frisa o docente.
Após ver muitos atrativos na área, o estudante Gerson Silas, de 33 anos, optou pela graduação tecnológica. Está matriculado em gestão de RH das Faculdades Promove. “A formação é focada no que mais me identifico, que é a parte de RH, e não a administração ou a psicologia. Mesmo assim, há a formação tanto técnica quanto humana”, afirma.
Atualmente no terceiro período, Gerson já se forma no fim de 2019. “Agora, este ano, já faço os estágios obrigatórios. É muito mais fácil e prático”.
A praticidade, aliás, é um fator que pesa na decisão dos alunos. “Uma pessoa que já trabalha no setor administrativo ou no departamento pessoal de uma empresa, por exemplo, talvez prefira cursar gestão de RH a fazer administração ou psicologia, que são graduações mais generalistas”, diz Andrea Arnaut, que também coordena o bacharelado em administração no Promove.