A médica gastroenterologia do Hospital das Clínicas (UC) de São Paulo, Liliana Ducatti, publicou um vídeo de alerta no Instagram sobre o uso do chá emagrecedor 50 ervas depois que uma mulher de 42 anos perdeu o fígado e morreu como consequência do consumo do produto.
O suplemento, que não tem registro da Anvisa, está sendo muito procurado devido ao baixo preço. Em sites como Shopee, a embalagem com 50 cápsulas pode ser adquirida por R$ 8,99.
(Reprodução/Redes Sociais)
Segundo Ducatti, que atua na Divisão de Transplantes de Órgãos do Aparelho Digestivo do HC, a paciente que não tinha nenhum problema de saúde foi diagnosticada com hepatite fulminante e perdeu o fígado num período curto de tempo após consumir o chá.
A médica diz ainda que é comum pacientes apresentarem esse quadro na unidade de saúde, mas, geralmente, é causado pelo uso de medicamentos. No caso da mulher, ela não fazia uso de nenhum remédio conhecido, até que os familiares mostraram o chá emagrecedor aos médicos que a atenderam.
Analisando o rótulo do produto, a médica revela diversas ervas hepatotóxicas (conhecidas por fazer mal ao fígado) como carqueja, mata verde e, a mais "perigosa", chá verde.
"Nós recomendamos não fazer o uso desse tipo de medicação: chá que desincha, chá detox, natural, erva... Não faça uso, desaconselhe as pessoas que você conhece. Isso tudo é charlatanismo e são descritos como hepatotóxicos, fazem mal para o fígado sim e podem levar à necessidade de um transplante de fígado", aconselha Liliana Ducatti.
A gastroenterologia ainda lamenta que, devido à gravidade dos danos causados pelo produto, muitas vezes, o paciente não consegue esperar pela cirurgia.
"O pior é que, muitas vezes, a pessoa não consegue nem chegar ao transplante de fígado", diz.
A mulher chegou a passar por um transplante, mas o corpo rejeitou o órgão e a paciente de 42 anos morreu após ficar internada na UTI.
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