Os 79 médicos cubanos encerraram nesta sexta-feira, 06, a segunda fase do treinamento que recebem em Fortaleza. Eles visitaram postos de saúde da periferia, onde acompanharam os 15 médicos brasileiros do programa Mais Médicos que começaram a trabalhar nesta semana. Os cubanos disseram que gostaram do que viram, mas reclamaram que os postos de saúde são muitos distantes das residências das pessoas.
Os cubanos começam trabalhar no dia 16 em cidades carentes, e dizem que já estão preparados para o atendimento. "Nós viemos numa missão e vamos cumprir", disse Hugo Hernandez.
Já a cubana Ivana Iglessias, que visitou um posto do bairro Dias Macedo, criticou a saúde básica brasileira. "A principal diferença entre o que a gente pratica em Cuba é que lá a saúde básica é mais próxima da população. Aqui é diferente. Em Cuba temos unidades básicas de saúde mais próximo da comunidade. Lá tem sempre um consultório com médicos e enfermeiros". Mas ela está confiante que isso acontecerá no Brasil com o Mais Médicos: "Tenho muita esperança e estou pronta para atender."
O secretário nacional de gestão estratégica e participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, que acompanha os cubanos que estão sendo treinados em Fortaleza, afirmou que "esse é um momento de avaliação deles em campo. Estamos fazendo a avaliação do ponto de vista da comunicação em língua portuguesa. Isso aqui é uma prática, e a partir dessa convivência deles, é estabelecida uma comunicação, se familiarizando com programa Saúde da Família, onde eles vão ter a sua prática cotidiana".
Os cubanos entram na segunda-feira, 09, na última semana de treinamento. A preparação é dada através de aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa. O curso tem 120 horas com aulas expositivas, oficinas, simulações de consultas e de casos complexos. O que eles participam nesta sexta-feira foi uma visita técnica aos serviços de saúde com o objetivo de aproximar o médico do ambiente de trabalho.
Os cubanos treinados em Fortaleza vão a partir de 16 de setembro para cidades do interior do Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.
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