Alegando falta de pagamento, todo o corpo clínico da Santa Casa de Cabreúva, a 83 km de São Paulo, pediu demissão nesta quinta-feira à tarde. Pacientes que esperavam atendimento foram encaminhados para a unidade de pronto-atendimento municipal. Os casos que exigiam internação foram transferidos para hospitais de Jundiaí e Itu. Os 16 médicos fixaram um comunicado na fachada do hospital alegando que o atraso nos salários de dezembro, janeiro e fevereiro, além das dificuldades para exercer a medicina, seriam os motivos da demissão em massa.
Outros profissionais, como enfermeiros e funcionários administrativos, continuavam atendendo a população. O prefeito Henrique Martin (PDT) informou que a prefeitura vai intervir na Santa Casa para manter o atendimento, caso há concordância do Ministério Público Estadual. Uma reunião com a promotoria pública local está agendada para esta sexta-feira (15).
Além dos salários, a Santa Casa tem débitos previdenciários e com fornecedores que chegam a R$ 1 milhão. De acordo com a diretoria, o hospital atende 3,5 mil pessoas por mês e trabalha com déficit de 40%, pois os repasses não são reajustados desde 2011.
Em Sorocaba, a Câmara aprovou nesta quinta-feira projeto de lei de iniciativa popular para a criação do Hospital Público Municipal. A proposta foi assinada por 26.584 eleitores. Para se tornar lei, o projeto precisa ser sancionado pelo prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB). De acordo com a prefeitura, a cidade vai receber um novo hospital estadual, cuja construção, ao custo de R$ 120 milhões, está prevista para os próximos dois anos. A cidade tem um déficit de 260 leitos hospitalares, segundo critério da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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