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Mesmo com a primeira morte em decorrência da Monkeypox, também conhecida como varíola dos macacos, registrada no Brasil, o cenário epidemiológico da doença no país continua sob controle. O óbito foi confirmado pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (29), e aconteceu em Belo Horizonte nessa quinta-feira (28).
De acordo com o infectologista Unaí Tupinambás, ex-integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid em BH, a letalidade do vírus ainda é considerada baixa. “Infelizmente, parece que essa pessoa tinha uma doença imunossupressora. Mas de modo geral, a letalidade é baixa e, por sorte, o contato também é muito difícil”, diz o especialista.
Unaí afirma que, apesar da situação epidemiológica sob controle, pesquisadores esperam que os governantes “não cometam os mesmos erros tomados” durante o início da pandemia do novo coronavírus. Ele explica que as equipes de saúde devem se preparar mais para que os diagnósticos sejam dados da maneira correta, já que os sintomas clínicos são parecidos com outras infecções como a sífilis e a catapora.
Primeiro óbito
A primeira morte de um paciente com varíola dos macacos no Brasil foi confirmada nesta sexta-feira pelo Ministério da Saúde. Trata-se de um homem, de 41 anos, morador de Belo Horizonte, e que estava internado no Hospital de Menezes. De acordo com a pasta, o paciente já havia sido diagnosticado com um câncer (linfoma).
O último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que o Brasil registrou até agora 1.066 casos da doença.
Causa
A monkeypox é causada por um vírus do subgrupo orthopoxvírus, assim como a cowpox e a varíola humana, erradicada em 1980 com o auxílio da vacinação. Atualmente, o quadro endêmico se deve a duas cepas distintas.
Uma delas, considerada mais perigosa por ter uma taxa de letalidade de até 10%, está presente na região da Bacia do Congo, no continenente africano. A outra, com uma taxa de letalidade de 1% a 3%, encontra-se na África Ocidental e é a que deu origem ao surto atual.
Transmissão
A varíola dos macacos é transmitida de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
O tempo de incubação do vírus varia de cinco a 21 dias. O sintoma mais característico é a formação de erupções e nódulos dolorosos na pele. Também pode ocorrer febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza.
Tratamento
O tratamento se baseia em suporte clínico e medicação para alívio da dor e da febre. Um antiviral chamado tecovirimat, que bloqueia a disseminação do vírus, já é usado em alguns países, mas ainda não está disponível no Brasil.
A vigilância para a rápida identificação de novos casos e o isolamento dos infectados são fundamentais para se evitar a disseminação da doença. Pode ser necessário o período de até 40 dias para a retomada das atividades sociais. Mesmo que o paciente se sinta melhor, deve se manter em isolamento enquanto ainda tiver erupções na pele.