Decisão foi tomada por 3 votos a 2 em sessão virtual (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O deputado Eduardo Cunha (PMDB) pode tentar postergar a pena hoje, mas dificilmente conseguirá se manter no cargo. “Ele tentará uma manobrinha, dará a palavra para o relator, para o advogado apresentar questões de ordem para votar uma pena branda antes. Foi o parto de um burro”, afirmou o deputado Júlio Delgado, membro do Conselho de Ética e um dos principais articuladores para que Cunha perca o mandato.
Mesmo que seja absolvido na Câmara, Cunha ainda terá que enfrentar os processos a que responde no Supremo Tribunal Federal (STF). “Ele é ficha imunda. Se não cair numa armadilha, cai em outra. Eduardo já responde a três processos no STF”, atacou Delgado.
Denúncias graves
Já a expectativa do deputado federal Marcus Pestana( PSDB) é de que a sessão de hoje tenha quorum e que Cunha seja cassado. “O ambiente político e os elementos indicam nessa direção. O PSDB vai votar 100% contra Cunha. As denúncias são graves e ele não convenceu que foi à CPI e disse que não tinha contas no exterior. Tem a história do trust, as declarações contraditórias da mulher. A chance dele ser cassado é de 90%”, avalia.
Para o tucano, há uma expectativa na opinião pública nacional que as instituições sejam coerentes. “Começou com o impeachment (de Dilma), agora é a vez do Eduardo Cunha”, argumenta.
Contra a cassação
Já o peemedebista Mauro Lopes, colega de partido de Cunha, afirma que votará contra a cassação. “Sou independente. Pelo entendimento, a representação que fizeram contra ele é porque tinha mentido. Não mentiu. O problema dele depois no STF é outra coisa. Mas na representação, eu voto contra a cassação”, garante.
Derrota no Supremo
Durante a semana passada, Eduardo Cunha ainda tentou adiar a sessão agendada para hoje. No entanto, por 10 votos a 1, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na última quinta-feira, negar o pedido apresentado por ele.
A defesa de Cunha impetrou um mandado de segurança solicitando a suspensão do processo de cassação desde o início da instrução probatória, além da anulação do parecer final do relator no Conselho de Ética e das votações que aprovaram o parecer em comissões da Câmara. Segundo a defesa, o processo contra Cunha na Comissão de Ética também deveria ter sido suspenso depois que o deputado foi afastado do mandato.