(Dominique Faget)
MADRI - Exibindo de cartazes com os dizeres "Nossa educação não pagará sua dívida!", milhares de estudantes espanhóis protestaram nesta quinta-feira (24) em Madri contra os cortes que afetam as escolas e universidades.
"Estão privatizando, subindo taxas... Estão cortando (recursos) em pesquisas também", denunciou Jorge Barrio, de 20 anos, estudante de Topografia na Universidade Politécnica de Madri, enquanto a marcha atravessava o centro de Madri em frente ao ministério da Educação.
"É uma vergonha. Trabalhamos e estudamos e a única coisa que continuam fazendo é cortar mais", lamentou.
No futuro, "a única coisa que vejo é trabalhar e estudar fora", afirma Jorge, que se diz disposto a ser mais um dos milhares de jovens espanhóis que vão tentar a sorte fora da Espanha, um país onde o desemprego entre as pessoas de 16 a 24 anos supera 55%.
O governo conservador dirigido por Mariano Rajoy anunciou há um ano sua intenção de cortar 3 bilhões de euros no setor da educação, com sua rígida política de austeridade destinada a sanear as finanças públicas.
As áreas mais concorridas, como saúde ou educação, foram autorizadas a aumentar em 50% as taxas de matrículas nas universidades --que passaram em média de 1.000 a 1.500 euros-- e a aumentar em 20% o número de estudantes nas salas de aula.
Segundo o Sindicato de Estudantes, que convocou a manifestação "em defesa da universidade pública" e "contra o desemprego jovem", já foram cortados 5 bilhões de euros do orçamento da educação e foram suprimidos 80.000 postos de docentes.