O soldado americano Bradley Manning negou nesta quinta-feira (28) ter enviado informações secretas do Exército dos Estados Unidos à organização WikiLeaks. Ele é julgado por 22 crimes após ser acusado de repassar milhares de documentos militares. As informações confidenciais eram, em sua maioria, relativas às guerras no Afeganistão e no Iraque, além de dados das relações diplomáticas dos Estados Unidos com diversos países. A divulgação de documentos pelo WikiLeaks foi o maior vazamento de dados da história americana. Durante audiência, o advogado de defesa, David Coombs, leu um comunicado em que Manning se diz inocente de 12 acusações, incluindo o crime de traição à pátria, o mais grave ao qual é acusado e cuja condenação é a pena de morte. No entanto, admitiu ter cometido outros dez crimes, que incluem posse e divulgação voluntária de dados sigilosos dos Estados Unidos. Juntas, as acusações chegariam a uma condenação máxima de 20 anos de prisão. Dentre os casos revelados, estão o vídeo de um ataque de helicóptero no Iraque, comunicações diplomáticas, diálogos de soldados durante os conflitos do Afeganistão e do Iraque e informações sobre os detidos em Guantánamo. Manning negou que tenha transmitido a informação ao WikiLeaks com a intenção de ferir os Estados Unidos ou beneficiar outra nação estrangeira. Após as acusações contra o militar, os promotores devem enviar o caso para julgamento na corte marcial, previsto para 3 de junho. A defesa disse preferir que o julgamento seja feita pela magistrada militar Denise Lind, que preside o grupo judicial responsável pelo caso. A parte final do julgamento, que definirá a condenação ou absolvição de Manning, deve durar três meses.