Minas investe na produção de limão do projeto Jaíba

Jornal O Norte
31/12/2009 às 11:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:15

Janaína Gonçalves


Repórter

A secretaria de estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Central Jai - Central de associações dos produtores rurais do Projeto Jaíba vão desenvolver um trabalho para aumentar as exportações de limão. As negociações começaram e visam, principalmente, a certificação do produto para aumentar a quantidade, bem como consolidar a qualidade do limão exportado para a Europa. O trabalho conta com o apoio financeiro da Codevasf - Companhia de desenvolvimento dos vales do São Francisco e Paranaíba. Quem conhece o Norte de Minas sabe que o Perímetro irrigado de Jaíba é um dos poucos empreendimentos que mais têm captado novos investimentos públicos e privados e que, em função disso, tem gerado novos empregos.

De acordo com Bernardo Gervásio de Araújo, diretor executivo do projeto, já foram investidos US$ 524 milhões no programa, que conta com a efetivação da primeira etapa: Distrito de irrigação que está sob a responsabilidade da Codevasf, e da segunda etapa, na qual o governo mineiro assume a responsabilidade. O intuito agora é concluir as etapas III e IV do projeto.

Conforme o secretário Gilman Viana Rodrigues,  as vendas de limão tahiti para países europeus já estava sendo realizada, - mas para garantir e aumentar o fluxo de comercialização, os compradores exigem uma série de informações sobre as práticas gerenciais, ambientais e sociais da produção, explica.

Ele acrescenta que, a certificação será feita por uma empresa de reconhecimento internacional.

- Os produtores de limão terão que fazer adequações físicas nas packing houses (galpões de classificação e embalagem das frutas), investir em sistemas informatizados e se capacitarem.  Para as melhorias de infraestrutura serão disponibilizados R$ 2,4 milhões pela Codevasf. Já a parte de orientação da produção de capacitação dos agricultores será feita pela Emater-MG, órgão de assistência técnica da Secretaria de Agricultura.

- Vamos começar o trabalho com 60 produtores. A ideia é seguir o modelo adotado  com sucesso no programa Certifica Minas Café, no qual ampliamos gradativamente o número de propriedades certificadas, comenta.

Além do trabalho de certificação, o secretário também destaca a logística disponível no Estado. - Este ano começamos a exportar manga para a Europa, através do aeroporto de Confins, com voos diretos para Portugal. Vamos seguir o mesmo caminho para as vendas de limão”, disse.

Os primeiros embarques de produtos certificados devem ser realizados em maio de 2010. Com a certificação, os produtores pretendem dobrar o volume exportado. A Europa é o principal mercado consumidor das frutas do Projeto Jaíba, que neste ano deve exportar 5,7 mil toneladas de limão.

O projeto já rende vários resultados significativos. Um deles é a experiência de Vandis Veríssimo da Silva, um produtor familiar que apostou no setor agrícola para ajudar no sustento da família e aumentar a renda. Hoje, ele conta com uma área de produção de cinco hectares, localizada na gleba F, sistema III, lote 35.

- Aqui tenho três tipos de irrigação, a aspersão móvel, aspersão fixa e micro aspersão, explica.

Para o produtor, o sucesso é atribuído a boa vontade e o esforço pelo aperfeiçoamento do trabalho diário no campo.

- Tenho 16 anos de experiência no campo, e estou a cinco anos no projeto Jaíba. A interação com a Emater, através de treinamento é de grande valia para melhorar as condicionantes para a agricultura familiar. Outro ponto de partida é sempre buscar o aperfeiçoamento das técnicas agrícolas, relata.

A produção de maxixe, quiabo, limão, mamão, feijão e laranja já garante um saldo positivo no final do mês para o produtor.– Com a produção, dá para sobreviver, uma vez que ainda não tenho um levantamento do faturamento real do que ganho, porque estou no processo de investimento – diz Vandis.Ele salienta que os gastos com água e energia elétrica é de R$ 100/mês, avaliada por 1.000m³ de água consumida, conforme o manejo.

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