Minas investiga seis casos suspeitos de reinfecção pela Covid-19

Renata Evangelista*
rsouza@hojeemdia.com.br
20/10/2020 às 09:17.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:50
 (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

(Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

Autoridades de saúde de Minas Gerais investigam se seis vítimas que contraíram a Covid-19 foram reinfectadas pelo vírus. Até o momento, não houve confirmação de recorrência do novo coronavírus no Estado.

Contudo, oito casos foram notificados e, até o momento, apenas dois descartados. Os demais estão sendo analisados pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas), em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e regionais de saúde.

No início de setembro, Minas tinha três casos suspeitos de reinfecção da doença. As ocorrências dobraram em menos de 50 dias, mas, no período, o Estado também alterou o protocolo para identificar possíveis recorrências de contágio na mesma pessoa.

Agora, os moradores que já tiveram diagnóstico positivo da doença, mas que apresentam sintomas da doença após a recuperação, devem ser novamente testados. Antes de setembro, o exame não era recomendado.

Fazem o exame todas as pessoas que apresentaram novo quadro clínico em período acima de 90 dias do primeiro episódio confirmado laboratorialmente, explicou a Secretaria de Estado de Saúde (SES) em nota. 

Depois é realizado o sequenciamento genético do material. O procedimento é considerado essencial para avaliar uma possível reinfecção, frisa o infectologista Bernardo de Almeida, do laboratório Hilab. Para isso, é importante ter a amostra da primeira vez que o paciente teve a enfermidade confirmada.

“A fim de identificar se é a mesma cepa. Se for, não é reinfecção, mas é o vírus que ficou incubado no organismo”, explicou o médico do Serviço de Epidemiologia Hospitalar e da Unidade de Urgência e Emergência Adulto do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo o especialista, o exame RT-PCR (que identifica o novo coronavírus no corpo do paciente) avalia uma parte do gene do vírus. “E estará presente se a pessoa tiver a infecção, mas também continuará presente mesmo após a cura. O material genético do vírus pode persistir por algum período (no organismo). Sem o sequenciamento, não se tem como afirmar precisamente se é a mesma cepa ou não”, complementa.

Protocolo

Conforme o protocolo, a SES deve ser notificada e as amostras coletadas enviadas à Funed, que fará sequenciamento genético para verificar a presença de mutações. "Pelo protocolo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) considera casos suspeitos de reinfecção aqueles em que a pessoa apresentou novo quadro clínico em período acima de 90 dias do primeiro episódio confirmado laboratorialmente", explicou a pasta, em nota enviada nesta terça-feira (20).

A possibilidade de se infectar mais de uma vez pelo novo coronavírus vem sendo objeto de estudos ao redor do mundo. Casos foram registrados na Bélgica, no Equador, Estados Unidos, Holanda e Hong Kong.

A possibilidade de se infectar mais de uma vez pelo novo coronavírus vem sendo objeto de estudos ao redor do mundo. A Fiocruz, por meio da parceria entre o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desenvolve pesquisa sobre o tema.

*Com Renata Galdino

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