Minas perdeu mais de 88 mil empregos formais no mês de abril; desempenho só não foi pior que SP

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
27/05/2020 às 16:43.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:36

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (27), comprovam o grande impacto que a pandemia de Covid-19 teve sobre os empregos formais no país. Somente em Minas Gerais, no mês de abril, 149.213 trabalhadores foram desligados, levando a um saldo negativo de 88.298 no número de carteiras assinadas nesse período.

De acordo com o levantamento, Minas foi o segundo Estado brasileiro a perder mais empregos no mês de abril – somente São Paulo foi pior, com a redução de 260.902 empregos formais. Em todo o país, houve mais demissões do que contratações nesse período, com 1.459.099 desligamentos e 598.596 admissões – ou seja, 860.503 pessoas desempregadas. O saldo de abril foi o pior da série histórica iniciada em 1992, de acordo com o Ministério da Economia, e o setor de serviços foi o mais afetado no período.

O Caged também apresentou dados referentes aos empregos entre os meses de janeiro e abril. Neste período, o saldo também foi bastante negativo para Minas, com 76.957 demissões a mais do que contratações. Mas, observando o quadrimestre, outros dois Estados apresentam situação pior: São Paulo, com saldo negativo de 227.670, entre desligamentos e admissões, e o Rio de Janeiro, com 125.154.

O secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, disse que o resultado reflete os efeitos da pandemia da covid-19 na economia brasileira. “É um número duro, que reflete a realidade de pandemia que vivemos, mas que traz algo positivo. Demostra que o Brasil está conseguindo preservar emprego e renda. No entanto, pelos mesmos motivos de pandemia, não estamos conseguindo manter a contratação que mantínhamos outrora”, disse.

Mesmo com tantas demissões em todo o país, houve uma alta no salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada, em relação a abril de 2019. O valor aumentou de R$ 1.496,92 para R$ 1.814,62.

Subdeclaração

No site do Ministério da Economia, a pasta ressalta que houve uma subdeclaração de dados sobre empregos no quadrimestre e 17 mil empresas não enviaram informações sobre contratações e demissões – o que representa 2,6% do total de empresas que tiveram movimentações no período.

“Assim sendo, a divulgação dos dados do Caged para os meses de janeiro e fevereiro está suspensa até a completa atualização das informações por parte das empresas”, afirmou o ministério. A pasta informou ainda que está tentando entrar em contato com as empresas, mas não tem sido fácil, por conta da pandemia de Covid-19.

Com Agência Brasil

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