Minas também fica esquecida por eventual governo Temer

30/04/2016 às 17:56.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:13

Pelo cenário que se avizinha, em duas semanas, o país deverá ter outro governo em função do afastamento de até 180 dias, que parece inevitável, da presidente Dilma Rousseff (PT), período no qual ela será julgada pelo Senado Federal. Se assim for, o vice-presidente Michel Temer passaria a ser presidente em exercício, mas com nova equipe e novos projetos e, provavelmente, com apoio político para tentar ficar lá após o processo do impeachment, ou seja, o impedimento definitivo da titular.

Como política não é só desejo, mas correlação de forças, Temer se movimenta entre as principais lideranças políticas e partidárias para chegar e se firmar no cargo. Já escalou e dispensou candidatos a ministros; e está refazendo planos como o de reduzir o número de ministérios, de modo a não desagradar aos adesistas que vão chegando. Por meio de balões de ensaio, vai medindo seus movimentos. O que até agora se viu é que Minas Gerais permanece fora das prioridades de eventual governo. 

Dois dias antes da votação da abertura do impeachment pela Câmara dos Deputados (17/04), o presidente regional do PMDB e vice-governador, Antônio Andrade, disse-me que a presidente Dilma havia “esquecido Minas Gerais” durante sua atual gestão, em termos de obras e espaço. E mais, que seria e faria a ponte entre eventual governo Temer, de quem seria próximo, e o governo mineiro do petista Fernando Pimentel. De lá pra cá, ninguém viu mais a presença mineira nos movimentos do novo governo. 

Nos bastidores, assiste-se a uma disputa interna de Andrade, que se articula junto ao ex-ministro Elizeu Padilha, homem forte do PMDB, com o ex-governador Newton Cardoso pelo maior acesso a Temer. A bancada federal do PMDB mineiro votou em peso contra Dilma e a favor de Temer na sessão do pedido de impeachment, mas o deputado federal Rodrigo Pacheco tentou virar presidente de importante comissão da Câmara (Constituição e Justiça), mais adequada ao seu perfil de jurista, buscando maior visibilidade, mas foi barrado pelo presidente da casa. Até o anúncio da nova equipe, muita coisa pode acontecer e a pressão mineira, se houver, poderá ser percebida.


Eleição barra viagem de Lacerda
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), cancelou a viagem que faria, nesta semana, à capital norte-americana por conta da eleição municipal deste ano. A rigor, ele está impedido de viajar, sob o risco de deixar a capital mineira sem comando. Ele está sem sucessor, porque seu vice, Délio Malheiros (PSD), é pré-candidato a prefeito e o presidente da Câmara, Wellington Magalhães (PTN), assim como os outros vereadores, também são candidatos à reeleição. Quem assumir não pode disputar a eleição. 
 

Mês das noivas e acasalamento
Outro motivo do cancelamento da viagem será o encontro de Lacerda com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, na tentativa de recompor a aliança entre eles às eleições municipais. Se até o final de maio, PSB e PSDB não se ajustarem, cada um deles terá seu candidato. A intenção de Aécio é fazer a chapa com João Leite, pré-candidato tucano, na cabeça, e Josué Valadão (secretário municipal de Obras) de vice.


Cherem vai virar secretário
O deputado Fábio Cherem (PSD) ganhou o apoio de sua bancada estadual para virar secretário de Pimentel.

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