CONTÁGIO ELEVADO

Minas tem mais casos da Covid em 2022 do que nos últimos sete meses do ano passado juntos

Luiz Augusto Barros
@luizaugbarros
Publicado em 15/02/2022 às 06:00.
Entre 10% w 20% das pessoas que tiveram a infecção desenvolveram alguma complicação prolongada da doença (Marcelo Camargo/Agencia Brasil)

Entre 10% w 20% das pessoas que tiveram a infecção desenvolveram alguma complicação prolongada da doença (Marcelo Camargo/Agencia Brasil)

Em apenas 45 dias, o número de testes positivos da Covid em Minas superam em mais de 20% o total de doentes dos últimos sete meses de 2021. Só neste ano, são mais de 790 mil casos do coronavírus. De junho a dezembro passado, foram 644 mil.

Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A curva ascendente de contágio se deve pela circulação da variante Ômicron, que tem maior potencial de transmissibilidade. As infecções, no entanto, são mais brandas, principalmente por conta da vacina.
 
Em relação aos óbitos, houve redução de quase 90% no  período. Foram 1,8 mil vidas perdidas em janeiro e fevereiro de 2022, ante 16 mil nos sete meses anteriores. 

Desde o início da pandemia, o território mineiro já contabilizou mais de 3 milhões de doentes e 58,5 mil vítimas do vírus. Entre os pacientes internados, os não vacinados representam, proporcionalmente, três vezes mais em comparação àqueles que tomaram todas as doses do imunizante. 

O novo pico da pandemia, porém, já foi superado, garantiu o secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, na semana passada. O gestor, inclusive, foi diagnosticado com a doença no último domingo e apresenta sintomas leves.

Para o infectologista Adelino Melo Freire Júnior, diretor da Target Medicina de Precisão, a última onda foi a mais intensa, com maior número de casos confirmados por dia e a maior taxa de positividade dos exames feitos. Entretanto, já há indícios de evolução. “O cenário é de melhora progressiva, compatível com as previsões”, avaliou.

Devido à extensão territorial do Estado, a queda na quantidade de novos registros de Covid-19 ainda não se apresenta de forma homogênea em todas as regiões, mas já é notada em áreas mais populosas, como Centro e Triângulo do Sul. 

Segundo o médico, sem uma vacinação efetiva, o estrago da cepa poderia ter sido muito maior. “Podemos ver isso nos CTIs, onde pessoas imunossuprimidas ou com o esquema incompleto estão tendo a doença de forma grave”, afirmou.

Muita gente, porém, ainda precisa receber as doses. Conforme a SES, 2,4 milhões de mineiros estão sem a segunda dose. De acordo com o Vacinômetro, painel de monitoramento da pasta, 15,4 milhões de pessoas completaram o ciclo vacinal, o que representa 80% do público-alvo. O reforço foi aplicado em 5,8 milhões de moradores.

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