Minas tem recorde de candidatos a deputado, mas renovação deve ser baixa

Lucas Simões
lsimoes@hojeemdia.com.br
05/10/2018 às 17:10.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:49
 (Luis Macedo / Câmara dos Deputados)

(Luis Macedo / Câmara dos Deputados)

Apesar dos holofotes concentrados na escolha de governadores e do presidente da República, os eleitores mineiros votarão, neste domingo (5), em candidatos a deputados estadual, federal, além de eleger dois senadores. Mesmo com recorde de candidaturas neste pleito, somando 2.223 concorrentes em Minas para as 130 vagas de deputados estaduais e federais, analistas políticos estimam uma renovação de, no máximo, 15% das casas legislativas. 

Especialistas chama a atenção para a importância em se escolher parlamentares. São eles, por exemplo, os responsáveis por propor, alterar e votar leis, além de apreciar projetos oriundos do Executivo.

Diferentemente das eleições majoritárias, nas quais vence quem obtiver mais de 50% dos votos válidos, as eleições para deputados são chamadas de proporcionais, porque dependem de um cálculo complexo que envolve a somatória de votos válidos dividida pelo número de cadeiras da Casa legislativa (Assembleia ou Câmara Federal). 

O cientista político Sérgio Gadelha, da UFMG, alerta para as armadilhas dos puxadores de votos e das regras que estabelecem cadeiras para os partidos. “O sistema obriga o eleitor a olhar não o seu deputado preferido, mas se o partido terá capilaridade para atingir os votos mínimos. Houve mudanças nas regras eleitorais, agora passaram a exigir que o candidato tenha 10% do coeficiente eleitoral para ser eleito, o que é um rigor a mais. Mesmo assim, os ‘candidatos-celebridades’, que recebem milhares de votos, ainda podem puxar outros que atingiram apenas o mínimo. Por isso, não recomendo o voto de legenda para o legislativo”, alerta Gadelha.

Recorde

Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), os registros de candidaturas para deputados estaduais e federais em Minas são os que mais cresceram no Estado desde o início da coleta de dados, em 1994. Neste ano, 1.391 candidatos disputam uma das 77 cadeiras da ALMG, enquanto 932 concorrentes pleiteiam uma das 53 vagas de Minas na Câmara Federal. 

Apesar da alta concorrência, o cientista político Eduardo Coutinho avalia que haverá baixa renovação das casas legislativas. Para ele, mesmo com mudanças radicais, como o fim do financiamento privado de campanha e restrições para publicidade nas ruas, cerca de 85% dos deputados devem se reeleger devido à propaganda de TV. 

Além disso

No Senado Federal, que neste ano terá dois representantes mineiros em Brasília, a expectativa é de uma renovação partidária, ao menos. Isso porque dos atuais três senadores mineiros, nenhum disputa a reeleição. Antonio Anastasia (PSDB) disputa o governo de Minas, Aécio Neves (PSDB) concorre a uma vaga de deputado federal, e Zezé Perrella (PSDB) não disputará cargo público.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) lidera a corrida ao Senado, seguida pelo jornalista Carlos Viana (PHS), único dos 12 candidatos estreante em eleições. Correm por fora o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM) e o ex-presidente da Assembleia Dinis Pinheiro (SD), ambos candidatos da chapa de Anastasia.

“Terá mudança partidária no Senado, já que o PSDB não lançou candidato e, até então, os dois senadores mineiros são do partido. Mas, em termos de renovação em sentido amplo, pouco provável. Dos candidatos ao Senado com campanhas mais fortes, apenas um nunca disputou cargo público”, avalia o cientista político Eduardo Coutinho. 

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