Minas vacinou mais de 1,3 mil adolescentes com vacina não recomendada pela Anvisa, diz Queiroga

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
16/09/2021 às 19:38.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:53
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

(Wilson Dias/Agência Brasil)

Minas vacinou 1.371 adolescentes, de 12 a 17 anos, contra a Covid-19 com imunizantes não recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apenas o composto da Pfizer tem autorização do órgão regulador para uso nesse público no país, mas há registros de aplicação de doses da AstraZeneca, da CoronaVac e da Janssen.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (16) pelo Ministério da Saúde, durante coletiva de imprensa (assista abaixo). O ministério não informou, porém, se esse número corresponde a adolescentes com ou sem comorbidades, ou ambos.

Além desses, 25.481 meninos e meninas receberam a vacina correta no Estado. Na coletiva, o chefe da pasta, ministro Marcelo Queiroga, orientou os adolescentes sem comorbidades, independentemente da vacina que tomaram, que aguardem uma nova orientação do governo. Já aqueles com comorbidades e imunizados com Pfizer devem completar o esquema vacinal com a mesma vacina.

"Quero aproveitar a oportunidade para pedir: não apliquem vacinas que não têm autorização da Anvisa. E, mães: não levem suas crianças para salas de imunização para tomar vacina que não tem autorização da Anvisa", afirmou.

Segundo Queiroga, 3,5 milhões de adolescentes se vacinaram contra a Covid no país.

"Desses 3,5 milhões indivíduos adolescentes que receberam vacinas de maneira intempestiva, porque o PNI disse que era a partir de ontem, cerca de 1,5 mil apresentaram efeitos adversos. Não é um número grande, mas nós temos que ficar atentos com a nossa vigilância em saúde para darmos as respostas que a sociedade quer ouvir dos seus gestores", completou. Segundo ele, os efeitos foram leves. Apesar disso, foi notificado um caso de morte em São Paulo, que está sendo investigado.

Na noite desta quinta, a Anvisa emitiu comunicado em que diz não ver razão para mudar as condições aprovadas pelo órgão para a vacina da Pfizer/BioNTech. "Com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações da bula aprovada, destacadamente, quanto à indicação de uso da vacina da Pfizer na população entre 12 e 17 anos", disse.

A agência lembrou que a aprovação do uso da vacina da Pfizer/BioNTech em adolescentes levou em consideração estudo com 1.972 pessoas nessa faixa etária, com eficácia de 100% nos grupos avaliados.

Em Belo Horizonte, 5.612 adolescentes entre 12 e 17 anos, com deficiência permanente e comorbidades foram vacinados, no entanto, somente com a vacina da Pfizer, conforme a prefeitura. Além deles, gestantes, puérperas e lactantes também receberam o imunizante recomendado pela Anvisa.

Questionada sobre quais cidades mineiras vacinaram adolescentes com imunizantes não recomendados pela Anvisa, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) afirmou que o processo de análise deve ser realizado de forma manual, com cruzamentos de dados de bases diferentes, o que requer um período maior para avaliação.

"Sobre a suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidades, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) aguarda mais esclarecimentos do Ministério da Saúde e Anvisa", completou.

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