(Fabio Rodrigues/Agência Brasil)
A disparada de novos casos da Covid-19 em Minas - só nas últimas 24 horas foram 7,4 mil - pode ser barrada com a ampliação da vacinação. Ao menos é o que acredita o infectologista e ex-membro do extinto Comitê de Enfrentamento à doença em Belo Horizonte, Unaí Tupinambás.
O médico considera, especialmente, a aplicação da terceira dose em públicos ainda não contemplados, como adolescentes. “A saída é essa, e aquelas pessoas que podem tomar a quarta também devem receber”, disse, nesta segunda-feira (30).
Na avaliação do professor da UFMG, o atual cenário está próximo do que ocorreu no início do ano, com aumento das notificações no Estado. O especialista reforça o alerta às pessoas para que não ignorem as medidas de prevenção.
“A gente pede que, nos ambientes fechados, as pessoas voltem a usar a máscara devido à circulação mais intensa (do vírus). Está muito parecido com o que tivemos em janeiro, quando, felizmente, ainda tivemos baixa letalidade”.
Em Minas, até o momento, o reforço da imunização está disponível apenas para adultos com 18 anos ou mais. No país, no entanto, já há orientação para ampliação dos grupos, conforme nota divulgada pelo próprio Ministério da Saúde na última sexta-feira (27).
A terceira aplicação, preferencialmente com Pfizer, agora pode ser administrada em adolescentes de 12 a 17 anos, desde que seja cumprido o intervalo de quatros meses após a segunda dose. A medida já é seguida por capitais como Rio de Janeiro e São Paulo. A recomendação também vale para jovens gestantes e puérperas.
Em Belo Horizonte, ainda não há previsão. É o que informa a Secretaria Municipal de Saúde. “Para iniciar a aplicação de doses de reforço neste público, a SMSA aguarda o envio de novas doses de vacina contra a Covid-19”, disse, em nota.
Estado
Na semana passada, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, chegou a afirmar que o governo quer a ampliação da imunização, mas que, para isso, necessita de novas doses.
“A gente vem discutindo esse cenário e o mais importante sempre são os grupos vulneráveis e quem há mais tempo tomou a segunda dose, porque a gente sabe que o que manda é o tempo”, afirmou, ponderando que, em caso de ampliação, a vacina deve ser aplicada "por idade decrescente”.
A reportagem questionou a pasta sobre a possibilidade de ampliação, mas ainda não obteve retorno.