(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)
Não é preciso andar muito para se deparar com calçadas desniveladas ou cheias de buracos em Belo Horizonte. As falhas são verdadeiras armadilhas para os pedestres e se agravam pela falta de punição dos responsáveis por mantê-las em ordem.
Para melhorar um pouco o quadro das calçadas que ficam no Centro de BH, a Secretaria de Obras e Infraestrutura abriu licitação para reforma de passeios públicos.
As propostas têm que ser enviadas até o dia 20 de novembro. Não há data prevista para início das obras. Ninguém da secretaria foi encontrado para detalhar o edital, nem para falar em quais pontos da cidade serão realizadas as intervenções.
A legislação municipal prevê que os passeios devem ser revestidos de material antiderrapante, resistente e capaz de garantir a formação de uma superfície contínua, sem ressalto ou depressão.
Mas essa não é a realidade que a população encontra. Somente no primeiro trimestre deste ano, foram feitas 1.472 solicitações de vistorias por moradores e comerciantes, que reclamam de problemas nas calçadas, segundo dados da Secretaria Municipal de Fiscalização.
Armadilhas
Enquanto os trabalhos não começam, no entorno da Praça 7, coração da cidade, não faltam armadilhas, especialmente para idosos e deficientes físicos e visuais.
Em plena avenida Afonso Pena, pedestres aguardavam para atravessar na faixa, mas um buraco cheio de água e lixo, entre o meio-fio e a rua, dificultava a travessia. Na rua São Paulo, os caminhantes são obrigados a desviar de uma grande abertura no meio do caminho.
Maria Auxiliadora Tabelini, de 79 anos, já machucou o joelho e ficou debilitada depois de cair quando caminhava no Centro da cidade. “Eu estava distraída, não vi o buraco e acabei caindo. Esse problema precisa ser corrigido rapidamente para evitar acidentes”, disse.
A situação também é recorrente para o operador de telemarketing Gérson Almeida. Ele é deficiente visual e já perdeu a conta de quantas vezes caiu por causa dos buracos nas calçadas. Nem o auxílio da bengala evitou as quedas. “Todas as ações feitas para sanar o problema, na verdade, não passaram de paliativos. A acessibilidade, para nós, continua restrita”, afirma.