(Maurício Vieira / Hoje em Dia)
A nova quarentena em Belo Horizonte pode levar à falência cerca de 5 mil bares e restaurantes. Essa é a estimativa de Matheus Daniel, presidente da associação que representa o setor em Minas Gerais, a Abrasel, após o prefeito Alexandre Kalil anunciar, nesta quarta-feira (6), o fechamento do comércio na metrópole a partir da próxima segunda.MAURÍCIO VIEIRAFuncionando por delivery e retirada no local, bares e restaurantes de Belo Horizonte só voltaram a receber público no início de setembro
“A situação é bem pior do que em 20 de março. Lá, o comerciante ainda tinha uma ‘gordurinha’ para se manter. Agora, ninguém tem reserva financeira”, destacou Daniel.
Desde o início da pandemia de Covid-19, a Abrasel estima que cerca de 3 mil bares e restaurantes encerraram as atividades na capital.
Matheus Daniel se disse surpreso com o anúncio da quarentena. “Parece que foi para esconder que a cidade foi, mais uma vez, alagada”, comentou o presidente da entidade, relacionando às chuvas que atingiram BH nesta quarta e deixou vários pontos inundados.
O presidente da Abrasel defende que os bares e restaurantes não são culpados pelo aumento de casos de Covid-19 na cidade. Até o momento, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), 65.848 casos foram confirmados - 2.461 só nos primeiros seis dias de 2021. No total, 1.915 pessoas perderam a batalha para o novo coronavírus.
“Ficamos abertos de setembro a outubro sem ter problemas, as eleições (em novembro) ajudaram a crescer o número de doentes. Desde dezembro estamos sem permitir consumo de bebida alcoólica nos estabelecimentos, e os números diminuíram? Pioraram”, afirmou Matheus Daniel.
Nos tribunais
Uma ação judicial por parte do setor, porém, só será decidida após a publicação do decreto que vai ditar as regras para o funcionamento do comércio a partir de segunda-feira. O documento, de acordo com o prefeito Alexandre Kalil, será publicado na próxima sexta.
De acordo com o presidente da Abrasel, o intuito é manter o diálogo. “Não queremos a Justiça, queremos o diálogo. Mas, se não for possível, tomaremos as medidas cabíveis”, frisou.