(Lucas Prates/Hoje em Dia)
A reabertura de parte do comércio em Belo Horizonte, que voltou a funcionar nesta segunda-feira (25), após 66 dias fechado, não é definitiva. Nas próximas semanas, a capital pode autorizar novos setores a funcionar ou determinar o fechamento das lojas já abertas. Tudo vai depender da evolução dos casos de Covid-19 na cidade.
Esse abre e fecha das atividades econômicas, pode durar até dezembro deste ano. A informação é do infectologista Unaí Tupinambás, que integra o Comitê de Combate à Covid-19 em BH. Segundo o médico, os próximos meses são considerados mais críticos devido à circulação de outros vírus que provocam doenças respiratórias, como a influenza.
"As medidas cautelosas podem durar até o Verão, estação que começa no dia 21 de dezembro", disse. Mas a mudança da temperatura na Primavera - em setembro - também pode contribuir para reduzir enfermidades e internações, como a da gripe. "Claro que não podemos depender somente do clima, mas, no Verão, diminuem os casos de síndromes respiratórias", explicou.
Apesar disso, Tupinambás frisou que o mais importante nesta flexibilização do isolamento social é a colaboração da população para evitar a transmissão do novo coronavírus. De acordo com o infectologista, os moradores devem seguir as regras recomendadas pelos órgãos de saúde.
Dentre as medidas estão o uso de máscaras de proteção, higienização constante das mãos, evitar sair de casa sem necessidade e fugir de aglomeração, além de manter distância mínima de pelo menos um metro e meio de outra pessoa.
Avaliação
O primeiro dia de flexibilização gradual do comércio em Belo Horizonte, na segunda, marcado por filas em algumas lojas e em pontos de embarque e desembarque de ônibus, além de ausência de álcool em gel em alguns coletivos, foi avaliado, preliminarmente, como “tranquilo diante de uma nova normalidade”, pelo infectologista Carlos Starling, médico integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 na capital. Segundo a Prefeitura de BH, agentes da BHTrans e Guarda Municipal fiscalizam e acompanham esses locais.
“Nós ainda não temos uma avaliação. A princípio, pelo que a Guarda Municipal nos passou, tem sido muito tranquilo e não parece que tenha tido maiores problemas. Talvez alguma coisa localizada em um ponto ou outro. Mas é uma nova normalidade”, declarou Starling.
Segundo o especialista, um balanço mais profundo será feito no decorrer da semana, incluindo a correção de alguns pontos que, porventura, tenham falhado. Questionado sobre qual tipo de equívoco não pode ocorrer no trato público durante a flexibilização, Starling pontuou a aglomeração popular.
“Grandes acúmulos de pessoas em determinados locais não é adequado. Me parece que isso não aconteceu. Tem que ser flexibilizado com cuidado”, afirmou. A reabertura de parte do comércio em Belo Horizonte não é definitiva. Nas próximas semanas, a capital pode autorizar a retomada de novos setores ou determinar o fechamento das lojas já em funcionamento. Tudo vai depender da evolução dos casos do novo coronavírus na cidade.
Confira os serviços que foram retomados em BH:
7h às 21h
• Salões de beleza (cabeleireiros, manicure e pedicure);
• Artigos de bomboniere e semelhantes.
5h às 17h
• Comércio atacadista da cadeia de comércio varejista da fase 1.
8h às 17h
• Peças e acessórios para veículos automotores;
• Pneumáticos e câmaras-de-ar;
• Veículos automotores.
11h às 19h
• Artigos de cama, mesa e banho;
• Artigos de iluminação;
• Artigos de papelaria, livraria e fotográficos;
• Artigos de tapeçaria, cortinas e persianas;
• Bicicletas e triciclos, peças e acessórios;
• Brinquedos e artigos recreativos;
• Centros de comércio popular instituídos a qualquer tempo por Operações Urbanas visando a inclusão produtiva de camelôs, desde que localizados no Hipercentro ou em Venda Nova;
• Cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal;
• Produtos de limpeza e conservação;
• Tecidos e armarinho;
• Utensílios, móveis e equipamentos domésticos, exceto eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo.
Serviços essenciais que já estavam funcionando:
5h às 21h
• Padaria.
5h às 17h
• Comércio atacadista da cadeia de atividades do comércio varejista da fase de controle.
7h às 21h
• Açougue e Peixaria;
• Comércio varejista de laticínios e frios;
• Hortifrutigranjeiros;
• Madeireira;
• Material de construção em geral;
• Material elétrico e hidráulico, vidros e ferragem;
• Minimercados, mercearias e armazéns;
• Supermercados e hipermercados;
• Tintas, solventes e materiais para pintura.
10h às 16h
• Agência de correio e telégrafo;
• Agências bancárias: instituições de crédito, seguro, capitalização, comércio e administração de valores imobiliários;
• Casas lotéricas.
Sem restrição de horário
• Artigos farmacêuticos;
• Artigos farmacêuticos, com manipulação de fórmula;
• Artigos médicos e ortopédicos;
• Atividades de serviços e serviços de uso coletivo, exceto os especificados no art. 2º do Decreto nº 17.328, de 8 de abril de 2020;
• Atividades industriais;
• Banca de jornais e revistas;
• Combustíveis para veículos automotores;
• Comércio de medicamentos para animais;
• Comércio varejista de artigos de óptica;
• Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP).
Serviços que permanecem fechados:
• Academias, centros de ginástica, estúdio de pilates e afins;
• Bares, lanchonetes e restaurantes (funcionando apenas como delivery);
• Boates, danceterias e salões de dança;
• Casas de shows e espetáculos e qualquer natureza;
• Centros de comércio e galerias de lojas;
• Cinemas e teatros;
• Clínicas de estética;
• Clubes e serviços de lazer;
• Escolas públicas e particulares.
• Ferias e eventos de rua;
• Lojas dos shoppings centers (execeto supermercados, casas lotéricas, Correios e drogarias);
• Parques de diversão e temáticos;
• Quadras esportivas de aluguel.