Ação de atirador misterioso em BH é denunciada por internautas

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
18/01/2018 às 15:21.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:50
 (Reprodução Facebook)

(Reprodução Facebook)

Internautas começaram a relatar, nesta semana, que foram alvos de tiros aparentemente realizados de armas de airsoft, esporte de ação que simula situações de combate. A sequência de relatos teve início depois que a proprietária da marca de moda Na Lata, Camila Lanna, de 29 anos, fez uma postagem no Facebook, relatando que foi alvejada três vezes por objetos pequenos não identificados enquanto andava pela rua da Bahia, próximo à esquina com Tupinambás, no Centro, no início da noite de terça-feira (16).

“Me acertaram as pernas branquelas com uma espécie de tiro hoje (terça), por volta das 20h, na rua da Bahia próximo ao Satélite, quando eu estava vindo apressadamente de casa pro estúdio, pra costurar a noite toda. (...) Ardeu, ficou um pouco dormente e inchado mas agora já está tudo bem (...). Chorei, mais de raiva que de dor (Por que cargas d'água alguém faz isso?)”, postou Camila.

Algumas pessoas passaram a dizer que o mesmo aconteceu com elas, no Centro e em lugares diferentes, como o bairro de Lourdes, na região Centro-Sul, e Carlos Prates, na região Noroeste da capital. Uma das internautas que também afirmaram terem sido vítimas foi uma designer, que preferiu não ser identificada na reportagem por cautela. Segundo ela, semana passada foi alvejada com algo no ombro enquanto caminhava pela rua da Bahia, após sair do edifício Maletta. Era fim de tarde. “Achei que fosse uma pedra, procurei no chão, mas não achei”, diz a designer.

Somente após a postagem de Camila, ela percebeu que pode ter sido vítima de um tiro de airsoft. “Infelizmente eu não tomei providências porque achei que fosse só alguém doido que tacou uma pedra”, conta.

Airsoft é um jogo desportivo onde os jogadores participam de simulações de operações policiais, militares ou de mera recreação com armas de pressão que atiram projéteis plásticos não letais, utilizando-se frequentemente de tácticas militares. A venda de armas e munição de airsoft é liberada para pessoas com mais de 18 anos.

Boletim de ocorrência

No primeiro momento, Camila não quis realizar um boletim de ocorrência junto à polícia, pois não sabia direito o que havia acontecido com ela. Ao ver que não foi vítima de um caso isolado, ela mudou de ideia. “Não pretendia fazer o BO para não perder tempo meu e da polícia, porque não sabia de onde tinha vindo o tiro. Mas depois da postagem, outras pessoas relataram que aconteceu o mesmo com elas e estou vendo que vale a pena juntar todo mundo e fazer o boletim de ocorrência, pois não foi um caso isolado”, afirma.

A Polícia Militar informou que nenhuma vítima procurou a corporação para registrar ocorrência sobre os possíveis tiros. Já a Polícia Civil explicou que as pessoas atacadas precisam fazer a queixa formal na delegacia para que o inquérito seja aberto e um suspeito seja investigado.

Momento de pavor

O fotógrafo Thiago Santos, de 26 anos, também afirma ter sido alvo de um ataque semelhante. No dia 10 de janeiro, ele estava jantando com a família em um restaurante de alto nível na rua Fernandes Tourinho, região Centro-Sul, quando uma pessoa próxima a ele sentiu um impacto nas costas. No momento, a turma achou que fosse uma picada de inseto, mas, logo depois, ele foi atingido no peito.

“Após o segundo tiro entendemos do que se tratava e todo mundo ficou em pânico por receio de virem outros. Saímos correndo para dentro do restaurante, os garçons também. Alguns minutos depois voltamos à mesa e encontramos duas esferas brancas no chão, cerca de 5mm de diâmetro cada uma. Então descobrimos que se tratava de tiros de airsoft”, relata Thiago.

No momento, clientes e funcionários do restaurante tentaram verificar a origem dos tiros. “Analisando a direção dos disparos a gente calculou que não pudesse ser de alguma janela de apartamento. Haviam árvores com copas bem grandes que tampavam a visão. Eles vieram do nível da rua mesmo. Os garçons começaram a andar pela calçada procurando alguém, mas estava tudo vazio. Nossa hipótese é que alguém parou um carro do outro lado da rua, fez a brincadeira de mau gosto e saiu correndo”, conta Thiago, que também pretende se reunir com outras vítimas para fazer um boletim de ocorrência. 

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