Categoria reivindica melhorias salariais e condições de trabalho
Paralisação já dura um mês. (Valéria Marques / Hoje em Dia)
Em meio às manhãs frias que têm marcado a capital mineira, os professores da rede municipal de ensino de Belo Horizonte permaneceram acampados na sede da Prefeitura, na avenida Afonso Pena, no Centro da capital. O movimento, que já completa um mês, busca melhores salários e condições de trabalho para a categoria.
De acordo com a professora Dirce Tarone, 55 anos, que passou a noite acampada, o sindicato está disposto a negociar, mas a Prefeitura não demonstra abertura para o diálogo. "Por isso os profissionais decidiram radicalizar o movimento e permanecer acampados no local", disse.
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Dirce Taroni
A professora afirmou ainda que a categoria está em assembleia permanente por tempo indeterminado.
Já Helena Rocha, de 60 anos, que atua na educação infantil, disse que espera por uma negociação justa. "Saí do conforto da minha casa para demonstrar a insatisfação diante do impasse", enfatizou.
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Helena Rocha
A expectativa é grande para esta sexta-feira (4), quando uma nova audiência de conciliação ocorre nesta manhã para buscar um acordo que ponha fim à paralisação. A reunião foi convocada pelo desembargador Leopoldo Mameluque, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na tentativa de desatar o nó entre a Prefeitura de Belo Horizonte e os representantes dos educadores.
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Enquanto audiência ocorre no TJMG, professores fazem manifestação do lado de fora do prédio
O impasse se arrasta desde o dia 27 do mês passado, quando o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) anunciou a intenção de judicializar a greve, que na época completava 22 dias. Na ocasião, o prefeito também avisou que haveria o corte do ponto dos profissionais que aderiram à paralisação. No entanto, o entendimento inicial do TJMG foi de que não havia ilegalidade no movimento grevista.
Diante da decisão tomada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sindi-Rede-BH) de dar prosseguimento à greve que completou 29 dias hoje, a PBH informou ter apresentado recurso judicial na tentativa de interromper a paralisação e evitar que milhares de alunos permaneçam sem aulas. Em protesto, servidores da educação prometem acampar em frente ao prédio da PBH, no centro da capital.
"Diante da intransigência do Damião, os trabalhadores deliberaram intensificar a pressão. A partir de hoje, estabelecem uma assembleia permanente com acampamento em frente à Prefeitura de Belo Horizonte, na avenida Afonso Pena, reforçando a visibilidade e força do movimento", informou o Sind-Rede-BH.
De acordo com nota divulgada pelo Executivo Municipal, a medida judicial busca "evitar a interrupção da alimentação das crianças nas escolas que estão funcionando normalmente ou de forma parcial", já que o sindicato da categoria notificou a PBH "sobre uma possível greve dos profissionais de cantina e limpeza" a partir da próxima terça-feira (8).
Nesta quinta-feira, foi realizada uma audiência entre representantes dos professores e da Prefeitura no Tribunal de Justiça de Minas. Diante da negativa do Executivo Municipal de majorar o reajuste oferecido de 2,49%, a categoria decidiu permanecer em greve.
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