Acidentes de trânsito deixam, por mês, 16 crianças mineiras com sequelas

Renata Evangelista e Raul Mariano
horizontes@hojeemdia.com.br
11/10/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:54
 (Pixabay/Divulgação)

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A cada mês, ao menos 16 crianças menores de 7 anos ficam com sequelas permanentes em decorrência de acidentes de trânsito em Minas. De janeiro a setembro foram 149 casos, de um total de 240 meninos e meninas vítimas de desastres. Desses, 47 morreram. 

Os números fazem parte de um levantamento realizado pela Seguradora Líder, administradora do seguro DPVAT. Como a pesquisa aponta apenas os mineiros indenizados por ocorrências de trânsito, a quantidade de mortos e feridos pode ser maior.

Mesmo assim, as estatísticas chamam a atenção na semana em que um garotinho de 6 anos foi encontrado com vida após sofrer um acidente na BR-050, em Araguari, no Triângulo. O menino passou dois dias dentro do veículo que caiu em um buraco, ao lado dos corpos dos pais e do irmão de 8 anos. A família seguia para Campinas (SP).

A polícia investiga se um segundo carro envolveu-se na batida e o que teria motivado a colisão.

Consequências

Ainda não se sabe como o garoto conseguiu escapar da tragédia. Acidentes do tipo, conforme especialistas, são a principal causa de mortes de crianças, uma vez que elas são mais frágeis. Quando sobrevivem, podem ter sequelas irreversíveis, como perda de pernas ou do movimento das mãos e da visão, dentre outros.

Os danos, em muitas ocasiões, podem ser também psicológicos. “Esse menino que sobreviveu ao acidente que matou toda a sua família provavelmente terá a marca da insegurança e do medo por muito tempo”, frisa a coordenadora de Educação para o Trânsito do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER), psicóloga Rosely Fantoni.

Imprudência

O transporte de forma errada de crianças nos carros é apontado pela especialista como um dos principais fatores para a quantidade de óbitos. Segundo ela, é comum, durante blitze, constatar muitas crianças no banco da frente, sendo que deveriam estar no bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação. “Há casos em que há a cadeirinha, mas a criança anda fora dela. Os pais alegam que é por causa do choro ou dificuldades de se adaptarem, mas estão sendo coniventes com um enorme risco”, diz Rosely. 

A especialista destaca, ainda, que a maioria das ocorrências é provocada por irresponsabilidade do condutor, como consumo de álcool, excesso de velocidade e falta de respeito com a sinalização. “O adequado seria dizer que os pequenos estão morrendo por imprudência dos adultos”.<EM>

A pé

Nas ruas, o comportamento das crianças como pedestres também precisa ser observado, ressalta Rosely Fantoni. “A criança tem estatura menor e, muitas vezes, não é vista pelos carros, por isso corre mais risco. Daí a enorme importância dos pais darem o exemplo correto. A educação para o trânsito começa em casa e é consolidada na escola”, conclui.Editoria de Arte

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